A Agência Reguladora da Aviação Civil Americana (FAA) anunciou que todos os 737 MAX 9 terão de ficar em terra até que a Boeing esclareça a queda em pleno voo de uma porta de uma aeronave da Alaska Airlines.
"Para segurança dos passageiros americanos, a FAA [sigla inglesa para Federal Aviation Administration] vai manter os Boeing 737-9 MAX em terra até que as inspeções exaustivas e as operações de manutenção sejam concluídas e os dados recolhidos sejam analisados", avançou o regulador num comunicado divulgado na sexta-feira.
Em 05 de janeiro passado, uma porta da cabine de um Boeing 737 MAX 9 soltou-se durante um voo da Alaska Airlines entre Portland (Oregon) e Ontário (Califórnia), tendo o incidente causado apenas alguns feridos leves e o avião conseguido aterrar em segurança no aeroporto de origem.
A FAA desencadeou uma investigação sobre o incidente, que foi o primeiro grande problema de segurança durante um voo num avião Boeing desde os acidentes mortais do 737 MAX em 2018 e 2019, que levaram a uma longa imobilização daquele modelo.
"Estamos a trabalhar para garantir que nada deste género aconteça novamente", disse o administrador da FAA, Mike Whitaker. "A nossa única preocupação é a segurança dos passageiros americanos e o Boeing 737-9 MAX não voltará a voar até que estejamos completamente convencidos de que é seguro", enfatizou.
A FAA disse que precisava de informações adicionais da Boeing antes de aprovar as instruções de inspeção e de manutenção propostas pelo fabricante.
O regulador afirmou que "não aprovará o processo de inspeção e manutenção até que tenha analisado os dados da primeira ronda de 40 inspeções", mas considerou "encorajador" a natureza "exaustiva das instruções executadas pela Boeing em termos de inspeções e de manutenção".
Na sexta-feira, a FAA anunciou que pretende aumentar a supervisão sobre a produção e fabrico da Boeing, nomeadamente auditando a linha de produção e os fornecedores do 737 MAX.
O regulador disse que também estava a avaliar o recurso a uma entidade terceira, independente, para supervisionar as inspeções da Boeing.
"É tempo de reexaminar a delegação de poder e de avaliar os riscos de segurança associados. A imobilização do 737-9 e os vários problemas relacionados com a produção identificados nos últimos anos exigem que examinemos todas as opções para reduzir o risco", disse Whitaker.
Centenas de voos tiveram de ser cancelados devido à decisão da FAA de imobilizar os 737-9.
A Alaska Airlines, que opera uma frota de 65 aeronaves deste modelo, anunciou que teve de cancelar 110 a 150 voos por dia até terça-feira.
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