ONU. Escalada entre Hutis e EUA compromete processo de paz no Iémen

A missão da ONU no Iémen avisou hoje que os bombardeamentos norte-americanos e britânicos, e os ataques dos rebeldes Hutis contra a navegação no Mar Vermelho estão a comprometer os esforços para alcançar a paz no país.

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Lusa
13/01/2024 15:48 ‧ 13/01/2024 por Lusa

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O chefe da missão da ONU, Hans Grundberg, afirmou, em comunicado, que "regista com grande preocupação o contexto regional cada vez mais precário e o seu impacto adverso nos esforços de paz no Iémen, na estabilidade e segurança na região", apelando à "máxima moderação" para reduzir a tensão.

O diplomata reagia a dois dias consecutivos de bombardeamentos norte-americanos e britânicos contra posições militares dos Hutis, em resposta a ataques dos rebeldes contra navios comerciais no Mar Vermelho, por onde circula 15% do comércio marítimo mundial.

Perante a escalada de tensão, Grundberg apelou às partes para que evitem ações que agravem a situação no Iémen, onde 80% da população necessita de ajuda há quase uma década devido à guerra entre os Hutis e o Governo internacionalmente reconhecido e apoiado pela Arábia Saudita.

Além disso, o diplomata instou à "proteção dos civis iemenitas e à salvaguarda dos esforços de paz", em curso desde que o Governo iemenita e os rebeldes alcançaram tréguas em abril de 202 e que se manteve em grande medida, apesar de ter cessado uns meses depois.

O responsável da ONU recordou que tanto os Hutis como o Governo se comprometeram, até ao final de dezembro de 2023, a adotar medidas para um cessar-fogo em todo o país, estando em curso discussões sobre o roteiro para a sua implementação.

O cessar-fogo servirá para retomar um processo político inclusivo, de acordo com Grundberg, assim como para levantar o bloqueio sobre o aeroporto da capital e o estratégico porto de Al Hudeidah, ambos controlados pelos rebeldes.

O Iémen está em guerra desde 2014, quando os Hutis tomaram a capital e deslocaram o Governo reconhecido internacionalmente para a cidade de Adén, num conflito que provocou a pior catástrofe humanitária do planeta, segundo a ONU.

Leia Também: Talibãs condenam ataques dos EUA e apelam à unidade dos muçulmanos

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