"A existência da Ucrânia é mortalmente perigosa para os ucranianos"
O antecessor de Vladimir Putin afirmou que "a presença de um Estado independente em territórios russos será agora uma razão constante para retomar as hostilidades" entre a Rússia e a Ucrânia.
© Contributor/Getty Images
Mundo Dmitry Medvedev
O ex-presidente da Rússia e atual presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, considerou, esta quarta-feira, que a "existência da Ucrânia é mortal para os ucranianos", acrescentando que a "probabilidade de um novo combate" entre os dois países "manter-se-á indefinidamente".
"A existência da Ucrânia é mortal para os ucranianos. E não me refiro apenas ao seu estado atual (...). Estou a falar de qualquer Ucrânia, absolutamente qualquer", começou por referir numa publicação na plataforma Telegram.
O antecessor de Vladimir Putin afirmou que "a presença de um Estado independente em territórios russos será agora uma razão constante para retomar as hostilidades" entre a Rússia e a Ucrânia e "quem quer que esteja ao leme da nova formação cancerígena chamada Ucrânia não acrescentará legitimidade ao seu governo nem estatuto legal ao próprio ‘país’".
"E, por conseguinte, a probabilidade de um novo combate manter-se-á indefinidamente. Praticamente sempre. Além disso, a probabilidade de um novo conflito é de 100 por cento, independentemente dos acordos de segurança que o Ocidente assine com o regime fantoche de Kyiv", atirou, acrescentando que "nem a associação da Ucrânia à União Europeia, nem mesmo a adesão deste país artificial à NATO o evitará".
Para Medvedev, trata-se de uma questão "prática" para os ucranianos, apesar de muitos "desejarem a morte dos russos neste momento" e "odiarem os dirigentes russos".
"Por muito que aspirem à mítica UE e à NATO. Escolhendo entre a guerra eterna e a morte inevitável e a vida, a maioria absoluta dos ucranianos (bem, à exceção de um número mínimo de nacionalistas brutais) acabará por escolher a vida. Compreenderão que a vida num grande Estado comum, do qual não gostam muito atualmente, é melhor do que a morte. A sua morte e a morte dos seus entes queridos. E quanto mais cedo os ucranianos se aperceberem disto, melhor", alertou.
Sublinhe-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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