O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) iraniano, Naser Kanani, afirmou que "os Hutis e os iemenitas irritaram os Estados Unidos pelo seu apoio ao povo palestiniano oprimido", antes de sublinhar que "esta decisão pouco construtiva não impedirá o povo iemenita de continuar a apoiar o povo oprimido de Gaza".
Criticou também o "apoio irrestrito" dos EUA ao "sinistro regime sionista", afirmando que se trata da "organização terrorista mais detestada do mundo" e "o principal fator de instabilidade no Médio Oriente e na zona estratégica do Mar Vermelho", segundo um comunicado publicado na página oficial do MNE iraniano.
"Se os EUA são sinceros em mostrar a sua preocupação com a estabilidade e a segurança na região, devem deixar de apoiar o regime sionista nos seus crimes de guerra e genocídio em Gaza", disse Kanani, sublinhando que Washington "não tem autoridade moral ou legal para julgar os outros".
A este respeito, sublinhou que os EUA "devem ser responsabilizados perante o mundo por apoiarem os crimes de guerra do regime terrorista sionista" e observou que, ao incluir os Hutis na sua lista de terroristas, "demonstram mais uma vez que não procuram corrigir as suas políticas erradas e destrutivas e que continuam a ser parte dos problemas e da instabilidade na região".
O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, anunciou na quarta-feira a inclusão dos Hutis na lista de organizações terroristas, em retaliação pelos seus ataques a navios no Mar Vermelho e argumentou que "esta designação é uma ferramenta importante para impedir o financiamento terrorista dos Hutis, restringir ainda mais o seu acesso aos mercados financeiros e responsabilizá-los pelas suas ações".
A administração norte-americana tinha retirado os Hutis da sua lista de grupos terroristas em fevereiro de 2021, pouco depois de Joe Biden ter chegado à Casa Branca, invertendo uma medida do seu antecessor, Donald Trump, depois de reconhecer que a designação poderia ter "um impacto devastador no acesso dos iemenitas a produtos básicos como alimentos e combustível".
Os Hutis, apoiados pelo Irão, controlam a capital do Iémen, Sana, e outras áreas no norte e oeste do país desde 2015. O grupo respondeu à ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza atacando navios com alguma ligação a Israel - com mais de 25 ataques até à data - incluindo o sequestro do navio "Galaxy Leader".
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