A situação afeta a população dos distritos de Muidumbe, Nangade, Mueda, Mocímboa da Praia e Palma, norte do país, que não pode viajar por terra, pela EN380, no troço do posto administrativo de Awasse--Macomia e vice-versa, devido ao corte da travessia face à queda excessiva de chuva registada nos últimos dias.
"Quando soube disso fiquei com medo e triste, porque tive de interromper a minha viagem a Nampula para ir comprar mercadoria", explicou à Lusa um comerciante, a partir da sede distrital de Mocímboa da Praia, que se preparava para uma viagem a Nampula onde ia fazer compras para a banca de loiças.
A queda da ponte sobre o rio Napacala, na sede de Macomia, não só colocou em causa a circulação das populações, como também complicou a mobilidade das Forças de Defesa e Segurança que combatem grupos terroristas na região e que se encontram posicionadas a menos de um quilómetro, levando à preocupação dos moradores.
"Não temos saída, o maior medo é como é que os militares que estão lá em cima, na Ceta, vão nos socorrer em caso de uma invasão terrorista", questionou uma idosa de 69 anos, a partir da sede distrital de Macomia.
A Administração Nacional da Estradas (ANE) confirmou, em comunicado, o corte da travessia e explicou que neste momento decorrerem trabalhos para o restabelecimento da circulação de viaturas até 23 de janeiro.
Entretanto, a ligação rodoviária para os distritos do norte poderá alternativamente ser feita através do percurso Sunate-Metoro-Momtepuez-Nairoto--Mueda, acrescentou.
Trata-se de uma via com 200 quilómetros de extensão e das mais movimentadas quando os grupos terroristas, a operar em Cabo Delgado há mais de seis anos, controlavam a EN380, no troço Sunate-Macomia.
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