"Não tenho vergonha de usar palavras grandes: é aqui, na Ucrânia, que a frente global entre o bem e o mal está a ter lugar", disse Donald Tusk, numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Quero que seja ouvido em todas as capitais europeias, nos Estados Unidos e no Canadá, em todo o mundo livre", insistiu Tusk.
O chefe do Governo polaco declarou que o seu país irá "fazer tudo o que for possível para aumentar as hipóteses de vitória da Ucrânia".
Por seu lado, o Presidente ucraniano congratulou-se com "um novo pacote de medidas de defesa polacas".
"Apreciamos esta assistência contínua. Existe uma nova forma de cooperação para comprar armas em maior escala para satisfazer as necessidades da Ucrânia - um empréstimo polaco para a Ucrânia", afirmou, sem dar mais pormenores.
O antigo presidente do Conselho Europeu, que assumiu a chefia do governo polaco a 13 de dezembro, prometeu trabalhar para garantir que "toda a UE leva a sério as ambições europeias" da Ucrânia, numa referência ao processo de adesão de Kiev ao bloco dos 27.
Zelensky reiterou a sua convicção de que "a Ucrânia deve fazer parte da UE, tanto em termos de valores como devido à sua economia, um grande mercado".
O chefe de Estado ucraniano lamentou também que a Ucrânia não seja membro da NATO porque, na sua opinião, "há vários países céticos".
"Oficialmente, eles temem uma escalada por parte da Rússia", argumentou, acrescentando: "Isso parece-me ofensivo, porque sugere que esta guerra não é deles. É humilhante e traiçoeiro (...) Estamos a lutar contra este ceticismo".
Por outro lado, os protestos de camionistas polacos, que desde novembro e até à semana passada bloquearam a fronteira com a Ucrânia para denunciar a concorrência desleal de Kiev, foi abordado pelo primeiro-ministro polaco e o chefe de Estado ucraniano.
Varsóvia e Kiev vão "investir em conjunto" em empresas sediadas em ambos os países, cuja produção irá "aumentar as capacidades de defesa polacas, ucranianas e europeias", afirmou Tusk.
Segundo o chefe do Governo polaco, as duas capitais irão também encontrar "boas soluções" para o problema das importações de trigo ucraniano, que está a preocupar os agricultores, e também para o problema dos transportadores.
"Procurá-las-emos nas nossas conversações bilaterais (...) talvez não seja necessário envolver as instituições internacionais", afirmou.
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