Vladimir Putin recebeu hoje o Presidente de transição do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, a quem garantiu que Moscovo acompanha "de perto a evolução da situação" no Chade e que a Rússia "apoiará por todos os meios" a procura de estabilidade no país.
Putin afirmou que da Rússia está também a seguir "todos os acontecimentos relacionados com os ataques terroristas" e que está satisfeito com o referendo constitucional de 17 de dezembro, no qual 85,9% dos eleitores votaram "sim".
"Estou certo de que irão realizar eleições gerais em breve. Estamos satisfeitos por terem conseguido estabilizar a situação no país", disse, acrescentando que estão a ser preparados documentos que reforçam acordos jurídicos entre as duas nações.
Déby Itno descreveu a sua visita a Moscovo como "histórica", pois a última visita de um presidente chadiano ao país tinha sido em 1968, e referiu que os dois países são "irmãos".
O Presidente chadiano mostrou-se confiante de que este encontro poderá reforçar as relações bilaterais "em todas as direções".
Desde a morte do Presidente Idriss Déby, em abril de 2021, em combates entre grupos rebeldes e o exército, o Chade é dirigido pelo seu filho, que anulou a constituição e dissolveu o Governo e o parlamento.
O país realizou um diálogo nacional entre agosto e outubro de 2022 para chegar a acordo sobre as bases de um regresso à ordem constitucional, que foi amplamente criticado pela oposição e pelos grupos rebeldes.
Foi acordado que a transição seria prolongada por mais dois anos a partir de 20 de outubro do ano passado - o que levou a protestos em que pelo menos 50 pessoas foram mortas, de acordo com números oficiais - e que Déby Itno seria empossado como Presidente interino.
No seu discurso de tomada de posse em outubro de 2022, Déby Itno anunciou a formação de um "governo de unidade nacional" e prometeu um referendo constitucional e eleições após o fim da transição para um "regresso à ordem constitucional".
A Rússia estabeleceu o objetivo de recuperar a sua influência em África, perdida após o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em particular, o Kremlin concentrou os seus esforços nos países do Sahel para competir com a França, nomeadamente através do destacamento de grupos paramilitares, de acordo com a France-Presse (AFP).
O Chade, onde o exército francês ainda mantém um contingente, é o último parceiro privilegiado da França no Sahel, após a retirada forçada das tropas francesas do Mali em agosto de 2022, do Burkina Faso em fevereiro de 2023 e do Níger em dezembro de 2023.
Ao mesmo tempo, cada um destes três países aproximou-se da Rússia, nomeadamente em termos militares.
O exército chadiano é considerado o pilar da guerra contra os terroristas na região.
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