Colonos israelitas cometeram este ano 120 ataques violentos na Cisjordânia

Colonos israelitas que residem ilegalmente na Cisjordânia ocupada perpetraram pelo menos 120 ataques contra palestinianos ou suas propriedades desde o início de 2024, indicou hoje a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

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© JAAFAR ASHTIYEH/AFP via Getty Images

Lusa
24/01/2024 16:02 ‧ 24/01/2024 por Lusa

Mundo

OLP

"O aumento significativo dos ataques de colonos na última semana deve-se ao facto de as forças de ocupação [israelitas] lhes terem dado total proteção", denunciou hoje o diretor da Comissão de Colonização e Resistência ao Muro da OLP, Moayad Shaaban, num comunicado.

A violência e os ataques intensificaram-se após a eclosão da guerra na Faixa de Gaza, a 07 de outubro, com numerosos ataques israelitas a campos de refugiados - como em Tulkarem e em Jenin - e confrontos diários entre palestinianos e o Exército.

Segundo dados do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), os colonos israelitas cometeram 452 ataques contra palestinianos na Cisjordânia desde 07 de outubro do ano passado, a maioria dos quais contra bens palestinianos (351 incidentes), mas também contra pessoas (45) ou ambos (56).

Tal equivale a uma média diária de quatro incidentes, sublinhou o OCHA, referindo que, em quase metade dos ataques registados desde 07 de outubro, "as forças israelitas acompanharam ou alegadamente apoiaram os atacantes", enquanto num terço dos casos os colonos estavam armados.

Durante esse período, "4.348 palestinianos, entre os quais 656 crianças, foram feridos na Cisjordânia, incluindo em Jerusalém Oriental", precisou o OCHA, que identificou pelo menos 114 palestinianos feridos por colonos entre uma grande maioria ferida em agressões militares.

A apreensão em relação a estes ataques chegou a 19 de janeiro ao Governo de Washington, depois de um adolescente de 17 anos nascido no Estado norte-americano de Luisiana, mas com raízes palestinianas, ter sido morto a tiro quando fazia um churrasco com amigos perto da cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

A polícia israelita não concluiu se os autores dos disparos foram colonos ou soldados, mas garantiu que o incidente foi uma retaliação contra pessoas "alegadamente envolvidas em atividades de lançamento de pedras ao longo da autoestrada 60", a principal artéria da Cisjordânia.

Na terça-feira, colonos incendiaram um concessionário automóvel ao ar livre na aldeia de Baytin, a leste de Ramallah, calcinando pelo menos uma dezena de veículos.

Desde o início da guerra de Israel na Faixa de Gaza -- desde 2007 controlada pelo movimento islamita palestiniano Hamas - cerca de 370 palestinianos, entre os quais 95 menores, de acordo com dados do Ministério da Saúde local, foram mortos em atos de violência, a maioria por fogo de tropas israelitas, mas segundo dados do OCHA, pelo menos oito às mãos de colonos.

Leia Também: Pelo menos dez palestinianos mortos na Cisjordânia em dois ataques israelitas

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