Polícia brasileira realiza buscas em caso de espionagem de juízes e políticos

A Polícia Federal do Brasil está a realizar hoje buscas no âmbito de uma investigação sobre espionagem ilegal de autoridades públicas que terá ocorrido durante o Governo do ex-Presidente Jair Bolsonaro.

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Lusa
25/01/2024 14:35 ‧ 25/01/2024 por Lusa

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Em comunicado, a autoridade policial informou que realiza desde o início da manhã a Operação Vigilância Aproximada para "investigar a organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorizar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial".

Os nomes dos alvos não foram divulgados, mas, segundo os 'media' locais, um dos investigados é o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem, que comandou a agência no Governo Bolsonaro.

Os 'media' brasileiros informam que foram feitas buscas no gabinete de Ramagem e no apartamento funcional da Câmara dos Deputados, hoje ocupado pelo próprio, e destacaram que o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e políticos como o atual ministro da Educação, Camilo Santana, se encontravam entre os alegados alvos da espionagem ilegal.

Já a polícia destacou em comunicado que estão a ser cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete polícias federais.

As diligências de busca e apreensão ocorrem nas cidades de Brasília, Juiz de Fora, São João Del Rei e Rio de Janeiro.

A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha: "provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e mediático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal".

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e intercetação de comunicações sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados pela lei.

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