Rússia abre investigação sobre "terrorismo" com acidente de avião militar

A Rússia anunciou hoje um inquérito por "terrorismo" após a queda de um avião militar russo perto da fronteira com a Ucrânia, com Moscovo a acusar Kyiv de ter abatido o aparelho e que, disse, transportava 65 prisioneiros ucranianos.

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Lusa
25/01/2024 18:13 ‧ 25/01/2024 por Lusa

Mundo

Moscovo

"Está em curso uma investigação criminal sobre um ato terrorista na sequência da queda de um avião Il-76 na região de Belgorod", declarou o Comité de Investigação russo em comunicado.

Por seu lado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou a uma investigação internacional.

No rescaldo da queda deste avião de transporte militar russo, subsistem muitas questões, com Moscovo e Kyiv a acusarem-se mutuamente de desinformação.

Segundo o Comité de Investigação russo, responsável pelas principais investigações no país, durante a inspeção ao local do acidente, os inspetores encontraram "restos humanos e as caixas negras do avião".

"As testemunhas do incidente estão a ser interrogadas", declarou ainda a Comissão de Investigação.

No comunicado, os investigadores repetem a versão avançada por Moscovo desde quarta-feira, segundo a qual "o avião foi atacado por um míssil antiaéreo a partir de território ucraniano".

No entanto, até à data, a Rússia não apresentou qualquer prova da presença ou da identidade dos passageiros deste avião de transporte, nem demonstrou que a Ucrânia sabia quem estava a bordo do aparelho.

Num novo comentário, Dmitri Peskov, porta-voz do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu que as autoridades russas tinham informado os seus homólogos ucranianos "em tempo útil" do trajeto do avião que transportava os prisioneiros ucranianos.

As agências noticiosas internacionais ainda não conseguiram confirmar as afirmações de Peskov junto de fontes independentes.

Por seu lado, a Ucrânia, que se mantém cautelosa, não confirmou ter abatido o avião, mas sublinhou a sua intenção de continuar a atacar alvos militares em território russo.

Os serviços secretos militares ucranianos (GUR) sublinharam a falta de "informações fiáveis e completas" sobre os passageiros do avião.

A Ucrânia pediu hoje que a ONU e a Cruz Vermelha inspecionem o local da queda do avião, disse o comissário para os Direitos Humanos ucraniano, Dmytro Lubinets, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

Lubinets disse que contactou as Nações Unidas e o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para saber se tinham conhecimento de uma transferência de prisioneiros pela Rússia na quarta-feira.

Referiu que uma reação juridicamente clara da Ucrânia mostrará que o Estado não viola a Convenção de Genebra e trata com dignidade os prisioneiros de guerra e os cidadãos que se encontram no território.

"Mesmo que sejam russos", acrescentou, citado pela agência estatal Ukrinform.

Apesar do pedido às instituições internacionais, Lubinets admitiu estar convencido de que "ninguém será autorizado a ver o local".

O avião de transporte militar, um Ilyushin Il-76, despenhou-se na quarta-feira na região de Belgorod, próximo da fronteira ucraniana, provocando a morte das 74 pessoas que seguiam a bordo.

Moscovo disse que além de seis membros da tripulação e três militares russos, o avião transportava 65 soldados russos para uma troca de prisioneiros de guerra.

A Rússia acusou a Ucrânia de ter abatido o avião com dois mísseis disparados da região nordeste de Kharkiv, que faz fronteira com Belgorod.

A Ucrânia admitiu que estava prevista uma troca de prisioneiros na quarta-feira, que não se realizou, mas disse não ter "informações fiáveis e completas" sobre os passageiros do avião.

Fontes militares ucranianas citadas pela Ukrinform disseram que o avião transportava mísseis para os sistemas antiaéreos S-300 usados para bombardear a Ucrânia.

Os serviços de emergência russos disseram que as caixas negras do avião foram recuperadas e serão enviadas para o Ministério da Defesa em Moscovo para serem descodificadas.

Moscovo convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que foi agendada para as 17h00 de hoje (hora local, 22h00 em Lisboa).

Leia Também: Kyiv quer ONU e Cruz Vermelha na investigação a queda de avião russo

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