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Pelo menos 11 trabalhadores humanitários morreram na Ucrânia em 2023

Pelo menos 11 trabalhadores humanitários morreram em 2023 na Ucrânia durante o cumprimento das suas funções, outros 35 ficaram feridos e aconteceram 227 incidentes que afetaram as operações de ajuda no país, declarou hoje a ONU num comunicado.

Pelo menos 11 trabalhadores humanitários morreram na Ucrânia em 2023
Notícias ao Minuto

12:10 - 26/01/24 por Lusa

Mundo ONU

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, em inglês), durante o ano de 2023, as organizações humanitárias reportaram uma média de quatro incidentes por semana que afetaram as operações humanitárias na Ucrânia.

De acordo com o OCHA, mais de 30 destes incidentes envolveram violência contra pessoal humanitário e pelo menos 55 foram ataques que causaram danos ou destruição de armazéns, instalações e bens humanitários. Estes concentraram-se principalmente em áreas onde os combates e as hostilidades eram mais intensos e onde as necessidades humanitárias eram elevadas.

Só em dezembro, cinco armazéns de organizações não-governamentais foram atingidos no Oblast de Kherson, danificando toneladas de artigos de ajuda humanitária.

"Os ataques causaram a morte de pelo menos 15 trabalhadores humanitários e feriram outros 35. Onze dos trabalhadores humanitários foram mortos no cumprimento das suas funções", referiu o Escritório da ONU.

Os impedimentos burocráticos também afetaram a resposta humanitária, acrescentou o documento.

"A situação continuou a ser particularmente preocupante nas zonas ocupadas pela Rússia, onde graves impedimentos à circulação de pessoal e fornecimentos humanitários e outros obstáculos burocráticos tornaram a resposta extremamente limitada em escala. As tentativas de entregar ajuda humanitária através da linha da frente, inclusive após a destruição da barragem de Kakhovka em junho de 2023, foram repetidamente negadas pelas autoridades russas", afirmou o OCHA.

Em 2023, os parceiros humanitários comunicaram 20 casos de atrasos ou recusas de emissão de vistos a trabalhadores humanitários, a maioria no final do ano, quando o Governo ucraniano começou a aplicar a exigência que o pessoal humanitário solicitasse vistos no seu país de origem.

"O movimento humanitário dentro do país também se tornou mais restrito em áreas localizadas devido a regulamentações e requisitos adicionais em contextos de segurança desafiadores ou perto de fronteiras internacionais", segundo o Escritório da ONU.

De acordo com o comunicado, houve 33 incidentes envolvendo restrições de movimento dentro do país durante o ano. O recrutamento militar de pessoal humanitário foi um desafio adicional, com pelo menos 78 casos de trabalhadores humanitários a receber avisos de recrutamento em 2023.

O bloqueio de transportes por parte dos camionistas polacos na ligação Ucrânia/Polónia em novembro e dezembro também impactou as operações. As questões fronteiriças pressionaram o abastecimento de material de ajuda humanitária na Ucrânia, reduzindo as opções de transporte disponíveis e aumentando o custo e o tempo de transporte.

Segundo o OCHA, 127 comboios de ajuda humanitária interagências foram enviados para a Ucrânia.

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