"Tenho sérias preocupações de que estas ordens de evacuação caóticas sejam eficazes e garantam a segurança dos civis palestinianos", disse Ajith Sungahy, responsável da ONU na região, acrescentando que Israel está a violar as obrigações respeitantes ao direito internacional.
Para o chefe do gabinete da ONU nos Territórios Palestinianos Ocupados, Ajith Sunghay, "a situação (em Gaza) não está longe da catástrofe", mais de 100 dias depois de Israel ter ordenado a entrada das tropas no enclave em resposta aos ataques do Hamas em território israelita de 07 de outubro.
Sunghay que visitou Khan Younis nos últimos dias afirma que as pessoas enfrentam uma "situação inconcebível".
A maior parte dos civis que se encontram atualmente na cidade são deslocados - mais de 1,9 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as casas desde o início do conflito - a maior parte em abrigos improvisados.
A situação repete-se em Rafah, no sul de Gaza, de acordo com o mesmo responsável das Nações Unidas.
"Vi pessoas deslocadas que tinham sido obrigadas pelas autoridades israelitas a abandonar as casas, sem qualquer perspetiva de abrigo, a viver na rua, junto aos esgotos", disse Sunghay.
As autoridades israelitas continuam a atacar algumas zonas que anteriormente tinham prometido manter fora dos combates, como a zona ocidental de Khan Younis.
Sunghay sublinhou ainda preocupações sobre os "atropelos" ao direito internacional.
"O aparente incumprimento do direito internacional tem de acabar. A violência tem de acabar", insistiu o porta-voz, que apelou também a um cessar-fogo "imediato" e à libertação de todos os reféns, bem como a progressos no sentido de uma "solução política" para o conflito que garanta os direitos de israelitas e palestinianos.
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