"Os chefes dos serviços secretos israelitas, juntamente com o chefe da CIA norte-americana, o primeiro-ministro do Qatar e o chefe dos serviços secretos egípcios, concluíram, recentemente, uma cimeira dos serviços secretos na Europa, uma reunião que Israel considera 'construtiva'", afirmou o gabinete do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
No entanto, o gabinete de Netanyahu sublinhou que "ainda existem lacunas importantes que as partes continuarão a discutir em reuniões mútuas adicionais" na próxima semana, numa nova tentativa de fazer avançar as negociações para um cessar-fogo com o Hamas em Gaza.
Os encontros terão também como objetivo conseguir avançar para a libertação de reféns israelitas em troca da libertação de prisioneiros palestinianos.
Segundo a EFE, os diretores dos dois serviços secretos israelitas - David Barnea, da Mossad, e Ronen Bar, do Shin Bet - estiveram em Paris reunidos com o diretor da CIA, William Burns, com o chefe dos serviços secretos egípcios, Abbas Kamel, e com o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abderrahman Al Thani, que negoceia em ligação com o Hamas.
Vários meios de comunicação social têm avançado que o objetivo dos encontros é chegar a "um ponto de partida" para iniciar conversações e conseguir abordar os passos para uma trégua em Gaza.
Neste momento, Israel admite apenas um cessar-fogo temporário para permitir a libertação dos reféns e prosseguir depois o seu objetivo de desmantelar o Hamas, enquanto o Hamas exige a retirada total das tropas israelitas da Faixa de Gaza.
Os dois lados chegaram a um acordo de tréguas de uma semana, entre os dias 24 e 30 de novembro, que pôs fim aos combates e permitiu a troca de 105 reféns, incluindo estrangeiros, pela libertação de 240 prisioneiros palestinianos, algo que não se repetiu desde então.
Atualmente, existem 132 reféns na Faixa de Gaza, mantidos em cativeiro desde 7 de outubro, estimando-se que 25 possam já estar mortos.
Netanyahu tem sido alvo de protestos e de uma forte pressão por parte das famílias dos reféns que exigem que negocie um acordo para a sua libertação.
O Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O ataque de 07 de outubro causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.
Em resposta ao ataque de 07 de outubro, Israel prometeu aniquilar o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma vasta operação militar que causou mais de 26 mil mortos, na sua grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do movimento islamita palestiniano.
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