Forças israelitas assaltam centros do Hamas e profanam cemitério islâmico
Israel anunciou hoje que invadiu centenas de instalações do Hamas na cidade de Khan Yunis, incluindo escritórios de altos representantes da milícia, enquanto as forças israelitas são acusadas de profanar um cemitério islâmico num bairro da cidade.
© NICOLAS GARCIA/AFP via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
"Estamos a lutar numa manobra simultânea: combate de superfície e subterrâneo, ao mesmo tempo, de forma única e profissional, com a cooperação de forças especiais, comandos e equipas de combate divisionais", disse Dan Goldfuss, general encarregado das operações em Khan Yunis.
Segundo Goldfuss, os milicianos do Hamas estão a fugir da cidade graças à operação do Exército israelita, após a qual as tropas aproveitam para atacar as principais estruturas da milícia.
Durante esta incursão foram atacados quartéis-generais, complexos de treino, um posto de comunicações e até edifícios dedicados à atividade de informações militares.
No que diz respeito às operações subterrâneas, o Exército israelita informou que centenas de poços foram descobertos nas últimas semanas, alguns dos quais conduzem a "pontos estratégicos importantes para o Hamas".
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, assegurou hoje que pelo menos metade dos militantes do Hamas na Faixa de Gaza morreram ou ficaram feridos durante as operações das Forças de Defesa de Israel (FDI) no enclave palestiniano.
"Já matamos pelo menos um quarto dos terroristas do Hamas, e o mesmo número está ferido", afirmou o ministro durante um encontro com reservistas do Exército, diante dos quais afirmou que a guerra contra o Hamas "será longa", mas que Israel ganhará.
"Os terroristas persistem e estamos a lutar contra focos de resistência. Levará meses, não um dia. (...) Por outro lado, eles não têm abastecimentos, não têm munições e não têm reforços", acrescentou Gallant, citado pelo jornal The Times of Israel.
Entretanto, de acordo com relatos de um jornalista da agência norte-americana Associated Press, um cemitério islâmico no sul de Gaza foi demolido e as sepulturas profanadas, após um ataque ao bairro de Bani Suheila, em Khan Yunis.
À medida que Israel avança com a campanha terrestre e aérea em Gaza, a destruição de locais sagrados pelos militares atrai duras críticas dos palestinianos e de grupos de defesa dos direitos humanos, que afirmam que a ofensiva também é um assalto ao património cultural.
Ao abrigo do direito internacional, os cemitérios e locais religiosos recebem proteção especial e a sua destruição pode ser considerada um crime de guerra.
Israel contrapõe que o Hamas utiliza esses locais como cobertura militar, retirando-lhes essas proteções.
As forças israelitas alegam que não há forma de cumprir o seu objetivo militar de derrotar o Hamas sem encontrar os túneis, onde dizem que os membros deste grupo islamita construíram centros de comando e controlo, transportaram armas e escondem alguns dos 130 reféns que se acredita estarem detidos.
Israel diz por isso que escavar os túneis envolve danos colaterais inevitáveis.
O Hamas lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados.
O ataque de 07 de outubro causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.
Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas.
Cerca de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano, 28 dos quais terão morrido.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Israel lançou uma vasta operação militar que causou mais de 26 mil mortos, na sua grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do movimento islamita palestiniano.
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