PE investiga eurodeputada letã suspeita de ter trabalhado para FSB russo

O Parlamento Europeu (PE) abriu hoje "investigações" internas sobre informações que apontam para que a eurodeputada da Letónia Tatjana Zdanoka tenha trabalhado durante pelo menos 13 anos para o Serviço Federal de Segurança (FSB, serviços secretos) da Rússia.

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Lusa
29/01/2024 19:52 ‧ 29/01/2024 por Lusa

Mundo

Bruxelas

"A presidente [do PE, Roberta Metsola] leva muito a sério estas acusações e remete o caso para a Comissão Consultiva sobre o Código de Conduta, [o que] significa que foram abertas investigações dentro do Parlamento Europeu, [e] também levará o tema à Conferência de Presidentes do Parlamento, na quarta-feira", declarou hoje um porta-voz do PE, citado pela agência de notícias espanhola Efe.

A Aliança Livre Europeia (ALE), que no PE forma grupo com os Verdes, e à qual a eurodeputada letã pertencia, também iniciou uma investigação interna sobre o caso.

Num comunicado, a ALE expressou "profunda preocupação" com as informações veiculadas pela comunicação social que revelam contactos da eurodeputada Tatjana Zdanoka com os serviços secretos russos.

A ALE reúne 41 partidos nacionalistas, regionalistas e autonomistas de toda a União Europeia (UE), e nela se integram os independentistas catalães da ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) e os galegos do BNG (Bloco Nacionalista Galego).

Na nota de imprensa, a ALE recordou que Zdanoka foi membro do grupo parlamentar dos Verdes/ALE no PE até 04 de abril de 2022, quando lhe foi pedido que o abandonasse, por se recusar a condenar a invasão da Ucrânia ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Ao mesmo tempo, o seu partido, a União dos Russos da Letónia, foi suspenso da sua pertença à ALE a 08 de abril de 2022, durante um ano.

Agora, ao tomar conhecimento desta nova informação, a ALE "agiu rapidamente, abrindo uma investigação interna" e reunir-se-á na quarta-feira em Bruxelas para tomar medidas adicionais.

"Qualquer ação que ameace a independência da UE com influências estrangeiras nos preocupa profundamente", sublinhou.

A política letã reconheceu ter mantido correspondência entre 2004 e 2013 com uma pessoa identificada pelos investigadores como agente do FSB, mas negou conhecer as suas ligações aos serviços secretos russos.

Zdanoka admitiu também ao meio de comunicação independente Re:Baltica (Centro Báltico de Jornalismo de Investigação), com sede na Letónia, que os 'e-mails' obtidos pela plataforma de investigação russa The Insider são autênticos.

As revelações sobre a sua colaboração com o FSB não são uma surpresa para quem conhece a Letónia, onde Tatjana Zdanoka é considerada uma agente de influência russa desde que entrou na política, em finais da década de 1980.

Licenciada em Matemática, Zdanoka, que nasceu em Riga em 1950, foi membro do Partido Comunista da União Soviética entre 1971 e 1991 (o que declara na sua página do Parlamento Europeu) e tornou-se ativa na defesa dos interesses russos em inícios da década de 1990, depois de a Letónia se ter tornado independente.

Recebeu a nacionalidade letã em 1996 e fala russo, letão, inglês e francês.

Leia Também: UE reconhece "esforços do Montenegro" para aderir ao bloco europeu

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