Gaza. Forças israelitas invadem hospital Al Amal "sob ameaça de armas"

Todas as pessoas que estão no interior do hospital "encontram-se atualmente em grave perigo", alerta ainda a organização humanitária.

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© Palestine Red Crescent Society/Volunteer Ameer Abu Aisha/Handout via REUTERS

Notícias ao Minuto com Lusa
30/01/2024 16:57 ‧ 30/01/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Faixa de Gaza

As forças israelitas invadiram o Hospital Al Amal, localizado em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, ordenando que as pessoas abandonassem o local "sob ameaça de armas, tiros e bombardeamentos", denunciou o Crescente Vermelho Palestiniano (PRCS).

"As pessoas deslocadas e as equipas do PRCS estão a ser obrigadas a retirarem-se do edifício sob a ameaça de armas, juntamente com uma interrupção da comunicação", destaca a PRCS numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

Todas as pessoas "encontram-se atualmente em grave perigo", alerta ainda a organização humanitária.

Esta informação surge horas depois do PRCS ter informado que uma mulher morreu e outras nove pessoas ficaram feridas por estilhaços de tanques israelitas perto do hospital.

De recordar que, na sexta-feira, o Exército israelita confirmou que efetua operações, definidas como "precisas", nos principais hospitais de Khan Yunis - o Nasser e o Al Amal - argumentando que existem combatentes no seu interior.

O serviço de emergência do Crescente Vermelho palestiniano negou no sábado que o Al Amal, o seu hospital, mantenha homens armados e denunciou que está cercado há um mês pelas tropas israelitas, apesar de manter 7.000 deslocados.

"Sem mencionar o estado de terror e pânico que enfrentam o pessoal médico e os deslocados nos corredores do edifício, que ficou gravemente danificado devido aos contínuos bombardeamentos nas imediações, acrescentou, ao assegurar que Israel impõe um recolher obrigatório "que paralisa a circulação das ambulâncias".

Desde o início da incursão terrestre israelita na Faixa de Gaza que numerosos hospitais foram cercados e atacados diretamente, com Israel a indicar a descoberta de túneis utilizados pelo Hamas.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 26.000 pessoas - na maioria mulheres, crianças e adolescentes - e feridas mais de 64.000, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 7 de outubro, pelo menos 365 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.

Leia Também: Forças Armadas de Israel intensificam combates no norte de Gaza

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