As forças israelitas invadiram o Hospital Al Amal, localizado em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, ordenando que as pessoas abandonassem o local "sob ameaça de armas, tiros e bombardeamentos", denunciou o Crescente Vermelho Palestiniano (PRCS).
"As pessoas deslocadas e as equipas do PRCS estão a ser obrigadas a retirarem-se do edifício sob a ameaça de armas, juntamente com uma interrupção da comunicação", destaca a PRCS numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Todas as pessoas "encontram-se atualmente em grave perigo", alerta ainda a organização humanitária.
Urgent: Occupying forces recently stormed the PRCS and Al-Amal Hospital building front yard in #KhanYunis under the threat of weapons, gunfire, and shelling.
— PRCS (@PalestineRCS) January 30, 2024
⭕️Displaced individuals and PRCS teams are being demanded to evacuate the building under the threat of arms, coupled…
Esta informação surge horas depois do PRCS ter informado que uma mulher morreu e outras nove pessoas ficaram feridas por estilhaços de tanques israelitas perto do hospital.
De recordar que, na sexta-feira, o Exército israelita confirmou que efetua operações, definidas como "precisas", nos principais hospitais de Khan Yunis - o Nasser e o Al Amal - argumentando que existem combatentes no seu interior.
O serviço de emergência do Crescente Vermelho palestiniano negou no sábado que o Al Amal, o seu hospital, mantenha homens armados e denunciou que está cercado há um mês pelas tropas israelitas, apesar de manter 7.000 deslocados.
"Sem mencionar o estado de terror e pânico que enfrentam o pessoal médico e os deslocados nos corredores do edifício, que ficou gravemente danificado devido aos contínuos bombardeamentos nas imediações, acrescentou, ao assegurar que Israel impõe um recolher obrigatório "que paralisa a circulação das ambulâncias".
Desde o início da incursão terrestre israelita na Faixa de Gaza que numerosos hospitais foram cercados e atacados diretamente, com Israel a indicar a descoberta de túneis utilizados pelo Hamas.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 26.000 pessoas - na maioria mulheres, crianças e adolescentes - e feridas mais de 64.000, também maioritariamente civis.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 7 de outubro, pelo menos 365 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.
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