O próprio Trump há muito que é acusado de abusar ou maltratar mulheres e uma vez foi apanhado a gabar-se de agarrar mulheres pelos órgãos genitais.
Foi considerado responsável por um júri da cidade de Nova Iorque por abuso sexual e difamação e acabou condenado a pagar à mulher, a escritora E. Jean Carroll, 83 milhões de dólares por danos.
No seu conjunto, há um número impactante de incidentes em que potenciais funcionários governamentais de alto nível na segunda administração de Trump enfrentam acusações de abuso sexual, noticiou na quinta-feira a agência Associated Press (AP).
Trump e todos os seus escolhidos para o governo negaram as acusações contra eles, com alguns destes a argumentarem que os casos têm motivação política.
Pete Hegseth, nomeado para secretário da Defesa, foi acusado por uma mulher, que contou em 2017 à polícia que foi abusada sexualmente depois de este lhe ter pegado no telefone, bloqueado a porta de um quarto de hotel na Califórnia e se ter recusado a deixá-la sair, de acordo com um relatório de investigação detalhado divulgado esta semana.
Hegseth disse à polícia na altura que o encontro foi consensual e negou qualquer irregularidade, de acordo com o mesmo relatório.
Já uma mulher que foi ama de Robert F. Kennedy Jr., nomeado secretário da Saúde e Serviços Humanos, e da sua segunda mulher, contou à revista Vanity Fair que ele a apalpou no final da década de 1990, quando ela tinha 23 anos.
Kennedy não negou a acusação, dizendo num podcast: "Tive uma juventude muito, muito indisciplinada". O antigo candidato presidencial enviou uma mensagem de texto à mulher a pedir desculpas depois de a história ter sido publicada.
Uma ação judicial interposta no mês passado alega que Linda McMahon, nomeada para secretária de Educação, permitiu conscientemente a exploração sexual de crianças por um funcionário da World Wrestling Entertainment já na década de 1980. A política nega as acusações.
A ação foi interposta em outubro em Maryland, onde uma recente alteração à lei eliminou o estatuto de limitações do estado para alegações de abuso sexual infantil, abrindo as portas para as vítimas processarem, independentemente da idade ou de quanto tempo já passou.
Também Elon Musk, a escolha de Trump para liderar o novo departamento de eficiência governamental, foi acusado de má conduta sexual por uma comissária de bordo contratada pela SpaceX que trabalhou no seu jato privado em 2016. O CEO da Tesla e da SpaceX negou a acusação.
Um relatório de 2022 do Business Insider dizia que a SpaceX pagou à mulher 250 mil dólares de indemnização em 2018 em troca de ela concordar em não apresentar uma ação judicial sobre a sua reclamação.
Matt Gaetz, que se retirou como escolha de Trump para procurador-geral, esteve envolvido numa investigação de tráfico sexual pelo Departamento de Justiça.
Esteve também sob escrutínio da comissão de ética da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) sobre alegações que incluíam má conduta sexual, até que renunciou à sua posição no Congresso esta semana.
Gaetz negou veementemente qualquer irregularidade e disse no ano passado que a investigação do Departamento de Justiça sobre alegações de tráfico sexual envolvendo raparigas menores de idade terminou sem acusações federais contra ele.
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