Jihad Islâmica diz que regresso dos reféns depende dos palestinianos
O grupo armado da Jihad Islâmica garantiu hoje às famílias dos reféns israelitas que o regresso a casa destes depende da resistência palestiniana e não do Governo de Israel, que ameaça continuar a guerra na Faixa de Gaza.
© Getty Images/AHMAD GHARABLI
Mundo Israel/Palestina
"Dizemos ao inimigo e às famílias dos prisioneiros, mesmo que vasculhem as areias de Gaza, estes não regressarão a vocês, exceto por uma decisão da resistência", frisou Abu Hamza, porta-voz das Brigadas Al Quds, o grupo armado da Jihad Islâmica, que combate as forças israelitas no enclave controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas.
Hamza considerou ainda inúteis as ameaças do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que apontou à manutenção do conflito na Faixa de Gaza, noticiou a agência Europa Press.
Os movimentos de resistência palestinianos vão continuar a combater o "opressor israelita" em tantas frentes quantas forem necessárias, realçou, numa mensagens transmitida pela estação Al Jazeera.
O porta-voz das Brigadas Al Quds criticou também o papel limitado que, na sua opinião, os países árabes e islâmicos estão a desempenhar no conflito a favor da causa palestiniana.
Benjamin Netanyahu recusou hoje a libertação de "milhares de terroristas" em troca dos reféns em poder do Hamas, no quadro de um acordo de cessar-fogo que está a ser atualmente analisado.
"Não retiraremos as Forças de Defesa de Israel [FDI] da Faixa de Gaza e não libertaremos milhares de terroristas. Nada disso vai acontecer. O que vai acontecer? Uma vitória total", afirmou Netanyahu durante uma reunião com estudantes numa academia militar.
O encontro realizou-se um dia depois de os meios de comunicação social israelitas terem noticiado que o Governo de Israel tinha aceitado uma proposta negocial com vista à libertação de centenas de prisioneiros em troca de cada refém mantido em cativeiro na Faixa de Gaza pelo Hamas.
Para Netanyahu, citado pelo diário The Times Of Israel, todos os objetivos passam pela eliminação do Hamas, conseguir fazer regressar todos os reféns e ainda pela promessa de que Gaza não voltará a constituir uma ameaça para o povo israelita.
Pouco antes, o líder da ala política do Hamas, Ismail Haniye, confirmou que o grupo tinha recebido uma proposta de cessar-fogo e sublinhou que estava a "estudar" o documento, em plena ofensiva lançada pelo exército israelita contra a Faixa de Gaza, na sequência dos ataques perpetrados pelo grupo islamita contra Israel a 07 de outubro.
Haniye afirmou que o grupo "recebeu a proposta que circulou durante a reunião de Paris sobre a cessação da agressão e a libertação dos prisioneiros".
Os ataques sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, causaram cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva no território palestiniano que causou mais de 26 mil mortos, segundo dados das autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas desde 2007.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, pelo menos 370 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.
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