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Mali. Plataforma da oposição diz ser "nula e sem efeito" saída da CEDEAO

Uma plataforma da oposição no Mali qualificou de "nula e sem efeito" a decisão da junta militar, liderada pelo coronel Assimi Goita, de retirar o país da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Mali. Plataforma da oposição diz ser "nula e sem efeito" saída da CEDEAO
Notícias ao Minuto

21:20 - 31/01/24 por Lusa

Mundo Mali

Em comunicado, divulgado pelo portal de notícias local aBamako, a Coordenação das Organizações do Apelo 20 de fevereiro de 2023, justifica a nulidade da decisão da junta militar no poder em Bamaco por não ter havido qualquer "consulta prévia" ou debate democrático.

"É evidente que os dirigentes da junta militar no poder no Mali traíram a confiança do povo e da comunidade internacional, espezinhando os seus compromissos e juramentos", lê-se no comunicado, que alega que os militares malianos pretendem "permanecer no poder".

O Mali e o Burkina Faso enviaram na segunda-feira à CEDEAO uma "notificação formal" da saída da organização regional, segundo fontes oficiais daqueles países.

Os dois países e o Níger anunciaram no domingo a decisão de abandonarem a CEDEAO.

Para a plataforma oposicionista, trata-se de uma "grave violação dos direitos do povo" e, afirma, Goita "lançou de paraquedas a liderança da nação".

"É mais uma chantagem, mais uma burla, contra o desiludido povo maliano", acrescenta.

A plataforma da oposição adiantou ainda que tenciona "utilizar de forma responsável" os recursos legais necessários "para pôr termo" ao que classifica como "erros" da junta militar.

"Não é legítimo que o coronel Assimi Goita, militar que jurou fidelidade ao Estado, se agarre obstinadamente ao poder político e imponha o silêncio ao povo através do medo, da ameaça de detenções arbitrárias ou de raptos de pessoas organizadas face à transição", frisa a plataforma.

Os três países do Sahel que decidiram abandonar a CEDEAO são governados por juntas militares, que ascenderam ao poder através de golpes de Estado que afastaram governos legitimamente eleitos.

Com esta decisão, procuram separar-se do organismo pan-africano que foi o principal mediador na gestão do seu regresso à ordem constitucional e que criticaram em numerosas ocasiões pelas sanções impostas face à sua deriva autoritária.

Leia Também: Opinião pública do Burkina Faso, Mali e Níger favorável à CEDEAO

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