Hutis dizem que EUA pediram à China para mediar ataques no Mar Vermelho

O líder dos rebeldes iemenitas Hutis, Abdelmalek al-Huti, disse hoje que os Estados Unidos da América (EUA) pediram à China para persuadir o movimento xiita e pró-iraniano a parar com os ataques a navios comerciais no Mar Vermelho.

Notícia

© Mati Milstein/NurPhoto via Getty Images

Lusa
01/02/2024 17:47 ‧ 01/02/2024 por Lusa

Mundo

Mar Vermelho

"Um dos sinais de fracasso é a tentativa dos Estados Unidos de procurar a ajuda da China para mediar e persuadir-nos a parar com as nossas operações de apoio ao povo palestiniano contra os navios israelitas e aos associados ao inimigo israelita", afirmou Abdelmalek al-Huti num longo discurso transmitido na televisão.

O líder dos Hutis não explicou se houve conversações diretas com a China, cujos navios não foram alvo de ataques desde que os rebeldes iemenitas iniciaram a sua campanha de ações contra a navegação comercial no Mar Vermelho.

Abdelmalek al-Huti assegurou, no entanto, que "a China percebe que não é do seu interesse subordinar-se aos Estados Unidos", especialmente depois de Washington ter imposto a Pequim "sanções económicas e tentar limitar o seu crescimento económico".

"A China não se envolverá em servir os Estados Unidos nem em trabalhar a favor dos seus interesses", acrescentou o líder dos Hutis, que apesar de não serem reconhecidos por Pequim mantêm uma relação ambígua com o gigante asiático devido aos seus laços com o Irão.

Abdelmalek al-Huti fez estas declarações depois de os meios de comunicação árabes terem afirmado na semana passada que a China pediu ao Irão que intercedesse para impedir os ataques no Mar Vermelho, que também forçaram algumas companhias marítimas chinesas a alterar as suas rotas.

A China e o Irão reforçaram recentemente as suas relações bilaterais, como resultado do acordo de cooperação de 25 anos que Teerão e Pequim selaram em 2021, que prevê investimentos chineses nos setores energéticos e de infraestruturas iranianos, em troca de petróleo e gás.

O país asiático adotou uma postura de não intervenção contra os ataques no Mar Vermelho, a rota mais rápida entre a China e a Europa, apesar de ter condenado estas ações e exigido a sua cessação.

Desde novembro, os rebeldes iemenitas têm atacado repetidamente navios no Mar Vermelho devido à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, iniciada em outubro, focando maioritariamente as suas operações contra embarcações israelitas ou com ligações a Israel.

No entanto, os Hutis têm frequentemente visado navios com ligações ténues ou inexistentes a Israel, pondo em perigo a navegação numa rota fundamental para o comércio global entre a Ásia, o Médio Oriente e a Europa.

Leia Também: Centenas de recrutas Hutis desfilam na capital do Iémen

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas