NATO promete apoiar Bósnia-Herzegovina contra "ingerência da Rússia"

O vice-secretário-geral da NATO, Mircea Geoana, reiterou hoje em Sarajevo o firme compromisso da organização com a integridade da Bósnia-Herzegovina, perante a "ingerência maligna da Rússia".

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Lusa
01/02/2024 20:23 ‧ 01/02/2024 por Lusa

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"A segurança e a estabilidade deste país são importantes para a segurança de toda a região dos Balcãs Ocidentais. É importante para a segurança da Europa e de toda a NATO", sublinhou Geoana à imprensa em Sarajevo, onde hoje e na sexta-feira lidera uma delegação do Conselho do Atlântico-Norte.

O responsável expressou especial preocupação com a "retórica secessionista e divisionista dentro da Bósnia-Herzegovina e a ingerência maligna da Rússia", que representam "um desafio para a soberania e a integridade territorial" do país.

A delegação da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) chega num momento em que são frequentes as ameaças separatistas por parte do Governo pró-russo dirigido pelo líder sérvio-bósnio, Milorad Dodik, na Republika Srpska (RS), que é uma das duas entidades constituintes da Bósnia-Herzegovina.

Denis Becirovic, membro muçulmano bósnio da Presidência tripartida da Bósnia, declarou ter hoje obtido o apoio mais claro da NATO até à data, em resposta ao seu pedido para que a Aliança Atlântica ajude o país para acelerar a sua integração euro-atlântica.

"A segurança e a estabilidade são interesses nossos, tal como da NATO, porque a Bósnia-Herzegovina pertence à integração europeia e euro-atlântica", declarou Becirovic.

A representante sérvio-bósnia da tríade presidencial, Zeljka Cvijanovic, e a embaixada da Rússia na Bósnia-Herzegovina reagiram pouco depois para dizer que Becirovic "falou em seu nome e não em nome da Presidência" ao assegurar que a entrada da Bósnia-Herzgovina na União Europeia (UE) e na NATO são objetivos estratégicos do país.

Desde 2005, as autoridades bósnias estão empenhadas em aderir à NATO, mas esse compromisso está bloqueado há cerca de dez anos devido às posições cada vez mais antiocidentais da RS (sérvios-bósnios) e ao fortalecimento das relações de Dodik com o Presidente russo, Vladimir Putin.

Em outubro de 2017, o parlamento sérvio-bósnio aprovou uma resolução sobre a neutralidade militar dessa entidade, quase idêntica, em termos de conteúdo, à da Sérvia dez anos antes.

Leia Também: Kremlin: "NATO é instrumento de confrontação. Uma ameaça para nós"

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