"A segurança e a estabilidade deste país são importantes para a segurança de toda a região dos Balcãs Ocidentais. É importante para a segurança da Europa e de toda a NATO", sublinhou Geoana à imprensa em Sarajevo, onde hoje e na sexta-feira lidera uma delegação do Conselho do Atlântico-Norte.
O responsável expressou especial preocupação com a "retórica secessionista e divisionista dentro da Bósnia-Herzegovina e a ingerência maligna da Rússia", que representam "um desafio para a soberania e a integridade territorial" do país.
A delegação da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) chega num momento em que são frequentes as ameaças separatistas por parte do Governo pró-russo dirigido pelo líder sérvio-bósnio, Milorad Dodik, na Republika Srpska (RS), que é uma das duas entidades constituintes da Bósnia-Herzegovina.
Denis Becirovic, membro muçulmano bósnio da Presidência tripartida da Bósnia, declarou ter hoje obtido o apoio mais claro da NATO até à data, em resposta ao seu pedido para que a Aliança Atlântica ajude o país para acelerar a sua integração euro-atlântica.
"A segurança e a estabilidade são interesses nossos, tal como da NATO, porque a Bósnia-Herzegovina pertence à integração europeia e euro-atlântica", declarou Becirovic.
A representante sérvio-bósnia da tríade presidencial, Zeljka Cvijanovic, e a embaixada da Rússia na Bósnia-Herzegovina reagiram pouco depois para dizer que Becirovic "falou em seu nome e não em nome da Presidência" ao assegurar que a entrada da Bósnia-Herzgovina na União Europeia (UE) e na NATO são objetivos estratégicos do país.
Desde 2005, as autoridades bósnias estão empenhadas em aderir à NATO, mas esse compromisso está bloqueado há cerca de dez anos devido às posições cada vez mais antiocidentais da RS (sérvios-bósnios) e ao fortalecimento das relações de Dodik com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Em outubro de 2017, o parlamento sérvio-bósnio aprovou uma resolução sobre a neutralidade militar dessa entidade, quase idêntica, em termos de conteúdo, à da Sérvia dez anos antes.
Leia Também: Kremlin: "NATO é instrumento de confrontação. Uma ameaça para nós"