O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, envolveu-se numa pequena polémica com a antiga ministra do Ambiente de França, Ségolène Royal, e nem o socialismo impediu a troca de galhardetes, que deu que falar. O motivo? Os tomates espanhóis.
Mas, afinal, como tudo começou? Numa altura em que os agricultores protestam por toda a Europa, nomeadamente em França, onde as manifestações decorrem há semanas, Ségolène Royal, que também foi candidata presidencial nas eleições de 2007, teceu duras acusações contra os agricultores do país vizinho.
Num programa de televisão, na quinta-feira, a ex-ministra acusou os espanhóis de falsificarem os seus produtos biológicos e de não respeitaram "as regras francesas".
"Já experimentaram os tomates espanhóis supostamente biológicos? São incomestíveis. O 'bio' espanhol é um 'bio' falso e não respeita as normas francesas", disse, em declarações na BMFTV, a socialista, ex-companheira do antigo presidente François Hollande.
Estas declarações não caíram bem a Pedro Sánchez que decidiu responder com um convite a Ségolène Royal. "Creio que a Sra.Royal não teve ainda a sorte de provar o tomate espanhol", começou por dizer. "Convido-a a vir a Espanha para experimentar qualquer uma das variedades de tomate espanhol e verá que o tomate espanhol é imbatível", acrescentou.
De realçar que os agricultores de França, o maior produtor agrícola da UE, estão há várias semanas nas ruas e a bloquear estradas por todo o país. Os protestos alastraram-se a outros países nos últimos dias, incluindo Grécia, Itália, Bélgica, Alemanha, Polónia, Roménia, Espanha e Portugal.
Já ontem, o presidente francês, Emmanuel Macron, reclamou medidas europeias a favor dos agricultores, como simplificações "tangíveis" da Política Agrícola Comum e uma força especial para "evitar" a "concorrência desleal" entre Estados-membros.
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