"Um camião de matrícula desconhecida carregado de botijas de gás explodiu, provocando uma enorme bola de fogo que se propagou amplamente", afetando em particular um armazém de têxteis, declarou o porta-voz do Governo, Isaac Maigua Mwaura no X (antigo Twitter).
Os feridos foram levados para vários hospitais, segundo Mwaura.
As chamas da explosão, que deflagrou por volta das 23:30 locais, devoraram lojas e casas, "com um bom número de residentes dentro de casa porque já era tarde", acrescentou.
O incêndio foi controlado após mais de nove horas de combate às chamas, segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP).
A zona sinistrada do bairro de Mradi, em Embakasi, no sudeste de Nairobi, estava hoje repleta de chapas metálicas enegrecidas e fumegantes, restos de telhados de casas devastadas pelas chamas e destroços de carros e camiões queimados.
Este bairro densamente povoado (988.000 habitantes, segundo o recenseamento de 2019), muito próximo do aeroporto internacional Jomo Kenyatta, foi abalado a meio da noite pela forte explosão.
Hoje de manhã, os habitantes do Mradi denunciaram o armazenamento ilegal de gás e gasolina no seu bairro, acusando o Governo de ser "irresponsável" ao permitir que instalações de armazenamento de combustível funcionassem nesta zona residencial.
Um agente responsável pela vigilância da zona onde ocorreu a explosão foi detido, disse o inspetor-geral adjunto da polícia, Douglas Kanja.
A força da explosão fez com que carros fossem fragmentados e partes de um veículo foram encontradas no topo de um prédio de cinco andares, disse a polícia.
"Todo o edifício foi abalado por um tremor enorme, parecia que ia desabar", disse à AFP uma testemunha local descrevendo a situação "como um terramoto".
Como reação, o Instituto do Petróleo da África Oriental (PIEA), que reúne as empresas petrolíferas e de gás da região, declarou em comunicado que, após ter examinado o local, "esta explosão ocorreu num local ilegal de enchimento e armazenamento de gás de petróleo liquefeito situado numa zona residencial densamente povoada".
Segundo a organização, o proprietário do local e alguns dos seus clientes tinham sido processados em 2020 e condenados em maio de 2023 por esta instalação.
"O proprietário continuou a operar instalações ilegais de armazenamento e enchimento sem cumprir os padrões mínimos de segurança e pessoal qualificado de GPL [Gás de Petróleo Liquefeito] exigidos por lei, levando a este infeliz desastre", lamentou o instituto.
A Autoridade Reguladora do Petróleo e da Energia do Quénia (EPRA) afirmou que tinha recusado os pedidos de autorização para a instalação de armazenamento e enchimento de GPL no local da explosão três vezes o ano passado, pois "não respeitavam as distâncias de segurança".
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