Os Estados Unidos lançaram, esta sexta-feira, um ataque de retaliação no Iraque e na Síria contra mais de 85 alvos ligados à Guarda Revolucionária do Irão e às milícias aliadas, na sequência do ataque na base militar da Jordânia que matou três soldados norte-americanos e feriu 40 outras pessoas.
Pelo menos 10 pessoas morreram e outras 18 ficaram feridas, de acordo com a Sky News.
Acredita-se que este ataque, no qual foram usadas mais de 125 munições de precisão, foi o primeiro de várias investidas militares.
Entre os locais atacados estão centros de comando e inteligência, bem como infraestruturas de armazenamento de drones e mísseis pertencentes a milícias e forças iranianas "que permitiram ataques contra forças norte-americanas e da coligação".
Duas fontes de segurança iraquianas adiantaram à agência France-Presse (AFP) que um dos alvos foi "um quartel-general das fações armadas na área de Al-Qaïm, perto da fronteira com a Síria com um armazém de armas ligeiras".
Um segundo ataque, na região de Al-Akachat, mais a sul e ainda perto da fronteira, teve como alvo um centro de comando das operações de Hachd al-Chaabi, uma coligação de antigos paramilitares que reúne estas fações pró-Irão, frisou uma das fontes.
Um responsável do Hachd al-Chaabi, que também falou sob a condição de anonimato, confirmou estes dois bombardeamentos, assegurando que o ataque de Al-Akachat causou feridos.
De salientar que os Estados Unidos reforçaram as defesas da base militar onde morreram os três soldados norte-americanos, num momento em que diversos grupos da resistência iraquiana apelaram ao prosseguimento dos ataques contra as forças norte-americanas instaladas no Médio Oriente.
Em comunicado hoje divulgado, a Harakat al-Nujaba, uma das mais poderosas milícias iraquianas, anunciou planos para o prosseguimento das operações militares contra as tropas dos EUA, apesar de outras fações terem apelado ao fim das ações armadas.
Israel dsse hoje que o seu sistema de defesa Arrow intercetou um míssil que se aproximava do país a partir do mar Vermelho, suscitando suspeitas de ter sido lançado pelos Huthis do Iémen.
Um responsável oficial norte-americano, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP), disse que os militares efetuaram "ataques de autodefesa" no Iémen, contra alvos militares dos Huthis devido a uma "ameaça iminente".
O canal televisivo Al-Masirah, dirigido pelo movimento iemenita, disse que britânicos e norte-americanos efetuaram três ataques na província de Hajjah, norte do Iémen, um bastião Huthi.
Após o ataque à Torre 22, a base instalada pelos norte-americanos em solo jordano e perto da fronteira com a Síria, Washington considerou que foi ultrapassada uma "linha vermelha" e admite-se que a retaliação em preparação inclua ataques aos líderes das milícias.
As opções dos EUA que estão a ser consideradas poderão abranger alvos na Síria, Iémen e Iraque, de onde foi disparado o drone de fabrico iraniano que em 28 de janeiro passado matou os três soldados norte-americanos, precisou o mesmo responsável.
Ainda hoje, o Tesouro norte-americano (ministério das Finanças) impôs novas sanções a um conjunto de empresas no Irão e em Hong Kong acusadas de ajudarem o Irão a garantir tecnologia para a produção de mísseis balísticos e drones.
Os EUA também aplicaram sanções a seis responsáveis oficiais iranianos por alegarem ter cometido diversos ciberataques contra infraestruturas críticas nos EUA e em outros países.
[Notícia atualizada às 22h57]
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