Líder da União Africana apela ao diálogo entre forças no Senegal
O Presidente da Comissão da União Africana (CUA) manifestou hoje preocupação com o adiamento das eleições presidenciais no Senegal e apelou às forças políticas e sociais para que resolvam "qualquer conflito político através de consulta, compreensão e diálogo civilizado".
© Minasse Wondimu Hailu/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo União Africana
"O Presidente da Comissão da União Africana (CUA) (...) tomou conhecimento do adiamento das eleições presidenciais na República do Senegal com preocupação sobre a situação política neste país, onde o modelo de democracia sempre foi saudado com grande apreço, e que não pode deixar nenhum africano indiferente", lê-se num comunicado divulgado hoje por aquela organização.
De acordo com a nota, Moussa Faki Mahamat também "convida as autoridades nacionais competentes a organizarem as eleições o mais rapidamente possível, com transparência, paz e harmonia nacional".
Além de encorajar "vivamente todas as forças políticas e sociais a resolverem qualquer conflito político" através da consulta, compreensão e diálogo civilizado, no estrito cumprimento dos princípios que regem o Estado de direito, no qual o país tem uma tradição histórica profundamente enraizada".
O Presidente do Senegal, país vizinho da lusófona Guiné-Bissau, Macky Sall, anunciou, no sábado, a revogação do decreto que convocava as eleições presidenciais para 25 de fevereiro.
Na sequência desta revogação, o processo eleitoral foi adiado por tempo indeterminado, face a uma polémica levantada em torno da lista final de candidatos.
Perante esta decisão, a oposição convocou protestos para Dacar, capital do país, e planeia manter a campanha eleitoral conforme projetado.
Na sequência disto, já houve confrontos entre manifestantes e a polícia senegalesa, que usou gás lacrimogéneo para dispersar as centenas de pessoas que responderam ao apelo dos partidos da oposição, constatou um jornalista da agência de notìcias France-Presse no local.
O Presidente senegalês, que não se candidata a um novo mandato, garantiu que vai iniciar um "diálogo nacional aberto", de modo a reunir as condições para que as eleições decorram de forma livre, transparente e inclusiva.
A suspensão eleitoral é motivada por um "conflito aberto no contexto de um alegado caso de corrupção de juízes", referiu Sall numa declaração televisiva.
O Presidente do Senegal anunciou ainda que a Assembleia Nacional avançou com uma investigação sobre o processo de seleção de candidatos.
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