Líder da União Africana apela ao diálogo entre forças no Senegal

O Presidente da Comissão da União Africana (CUA) manifestou hoje preocupação com o adiamento das eleições presidenciais no Senegal e apelou às forças políticas e sociais para que resolvam "qualquer conflito político através de consulta, compreensão e diálogo civilizado".

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© Minasse Wondimu Hailu/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
05/02/2024 10:42 ‧ 05/02/2024 por Lusa

Mundo

União Africana

"O Presidente da Comissão da União Africana (CUA) (...) tomou conhecimento do adiamento das eleições presidenciais na República do Senegal com preocupação sobre a situação política neste país, onde o modelo de democracia sempre foi saudado com grande apreço, e que não pode deixar nenhum africano indiferente", lê-se num comunicado divulgado hoje por aquela organização.

De acordo com a nota, Moussa Faki Mahamat também "convida as autoridades nacionais competentes a organizarem as eleições o mais rapidamente possível, com transparência, paz e harmonia nacional".

Além de encorajar "vivamente todas as forças políticas e sociais a resolverem qualquer conflito político" através da consulta, compreensão e diálogo civilizado, no estrito cumprimento dos princípios que regem o Estado de direito, no qual o país tem uma tradição histórica profundamente enraizada".

O Presidente do Senegal, país vizinho da lusófona Guiné-Bissau, Macky Sall, anunciou, no sábado, a revogação do decreto que convocava as eleições presidenciais para 25 de fevereiro.

Na sequência desta revogação, o processo eleitoral foi adiado por tempo indeterminado, face a uma polémica levantada em torno da lista final de candidatos.

Perante esta decisão, a oposição convocou protestos para Dacar, capital do país, e planeia manter a campanha eleitoral conforme projetado.

Na sequência disto, já houve confrontos entre manifestantes e a polícia senegalesa, que usou gás lacrimogéneo para dispersar as centenas de pessoas que responderam ao apelo dos partidos da oposição, constatou um jornalista da agência de notìcias France-Presse no local.

O Presidente senegalês, que não se candidata a um novo mandato, garantiu que vai iniciar um "diálogo nacional aberto", de modo a reunir as condições para que as eleições decorram de forma livre, transparente e inclusiva.

A suspensão eleitoral é motivada por um "conflito aberto no contexto de um alegado caso de corrupção de juízes", referiu Sall numa declaração televisiva.

O Presidente do Senegal anunciou ainda que a Assembleia Nacional avançou com uma investigação sobre o processo de seleção de candidatos.

Leia Também: Forças de segurança dispersam manifestação frente ao parlamento senegalês

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