Shariful Islam, porta-voz da Guarda de Fronteiras do Bangladesh, afirmou que as forças de Myanmar (Birmânia) entraram no Bangladesh nos últimos dois dias para escapar aos combates com o Exército Arakan no estado de Rakhine, na zona de fronteira com o Bangladesh.
Entraram no Bangladesh através da fronteira de Tombru, no distrito de Bandarban.
"No total, 95 guardas de Myanmar estão lá agora (...) Foram desarmados e levados para locais seguros"", disse o porta-voz.
Desde sábado passado que se ouvem tiros vindos do lado da fronteira de Myanmar, segundo a imprensa de Daca.
O Exército Arakan é a ala militar da minoria étnica Rakhine que procura autonomia em relação ao governo central e tem atacado postos avançados do Exército no estado ocidental desde meados de novembro do ano passado.
Aquela força faz parte de uma aliança de grupos armados de minorias étnicas que lançaram uma ofensiva no final de outubro de 2023, conquistando território estratégico no nordeste do país, na fronteira com a República Popular da China.
O sucesso do Exército de Arakan é encarado como "grande derrota" para o governo militar, que tomou o poder em fevereiro de 2021.
A aliança, designada por Aliança das Três Irmandades, declarou hoje em comunicado que o Exército de Arakan tinha atacado dois postos fronteiriços no município de Maungdaw, no estado de Rakhine, e capturado um deles no domingo.
Khaing Thukha, um porta-voz do Exército Arakan, disse que os combates ainda estavam a decorrer no segundo posto avançado.
O governo militar de Myanmar não fez qualquer comentário.
A aliança inclui o Exército de Arakan, o Exército da Aliança Democrática Nacional de Myanmar e o Exército de Libertação Nacional de Ta'ang.
O Bangladesh partilha uma fronteira de 271 quilómetros com Myanmar e acolhe mais de um milhão de refugiados muçulmanos rohingya, muitos dos quais fugiram de Myanmar, dominada pelos budistas, a partir do final de agosto de 2017, quando os militares lançaram uma brutal operação armada.
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