NATO diz que apoio dos EUA "é vital" e pede consenso no Congresso
O secretário-geral da NATO pediu hoje um compromisso de Washington para continuar a apoiar a Ucrânia, classificando como "vital" um consenso no Congresso norte-americano para desbloquear novos fundos para Kyiv.
© Lusa
Mundo Ucrânia
"É vital que [os Estados Unidos] cheguem a acordo" sobre o próximo pacote de apoio económico-financeiro e militar para a Ucrânia, que está parado no Congresso, disse Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa conjunta com o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas.
O atual Presidente norte-americano, Joe Biden, tem pedido um aumento orçamental de cerca de 100 mil milhões de dólares (cerca de 90 mil milhões de euros) para responder a necessidades prementes, incluindo a ajuda à Ucrânia, que tem nos Estados Unidos o principal fornecedor de equipamento militar na sua resistência à invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.
Mas as intenções de Biden têm enfrentado as condições e o consequente bloqueio da ala Republicana no Congresso às novas despesas orçamentais.
Stoltenberg acrescentou que o apoio dado à Ucrânia há praticamente dois anos "não é caridade" e faz parte dos interesses de segurança e defesa de todos os países da NATO.
Diminuí-lo, prosseguiu o secretário-geral, ia "engrandecer a Rússia, a China, o Irão e a Coreia do Norte", encarados como os principais adversários geopolíticos do bloco político-militar do qual Portugal é um dos países fundadores.
"Só com uma fração dos nossos orçamentos de defesa disponibilizados à Ucrânia, eles conseguiram destruir uma parte significativa da capacidade militar da Rússia", frisou o secretário-geral, que está no final do mandato.
Na mesma conferência de imprensa, o conselheiro do Presidente norte-americano vincou que Washington quer ver mais investimentos dos restantes 30 Estados-membros da Aliança Atlântica.
Jake Sullivan comentou que a reunião de conselheiros de segurança, que hoje decorreu no quartel-general da NATO, permitiu estabelecer as prioridades para a cimeira de julho, em Washington, que será também a comemoração do 75.º aniversário da organização.
E, segundo sublinhou Sullivan, a Ucrânia "é a primeira".
"[O Presidente da Rússia, Vladimir] Putin está a contar com a divisão desta aliança, mas hoje o que encontramos é unidade total que não se fragilizou em dois anos [de guerra]", declarou.
Outra das prioridades traçadas é a concretização da promessa feita em 2023 de todos os Estados-membros estabelecerem como mínimo de investimento na defesa 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Em Washington queremos ver mais aliados a chegar aos 2%", disse Jake Sullivan.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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