A Finlândia fechou a ligação terrestre de 1.340 quilómetros no final de 2023, depois de cerca de 1.300 imigrantes sem documentação adequada ou vistos terem chegado à fronteira desde setembro.
A chegada de um número invulgarmente elevado de migrantes ocorreu poucos meses depois de a Finlândia ter aderido à NATO.
O governo finlandês descreveu a "migração instrumentalizada" da Rússia como "uma séria ameaça à segurança nacional e à ordem pública da Finlândia".
"Não vimos sinais de que a Rússia esteja a mudar o seu comportamento", disse o governo num comunicado citado pela agência norte-americana AP.
O executivo referiu que com base nas informações das autoridades fronteiriças, de segurança e outras, "é provável que a migração instrumentalizada seja retomada se forem abertos pontos de passagem na fronteira oriental".
"As informações que recebemos confirmam a nossa avaliação de que a Rússia está a prosseguir a sua operação híbrida", afirmou a ministra do Interior, Mari Rantanen.
A maioria dos migrantes provém do Médio Oriente e de África e pediu asilo na Finlândia, um país com 5,6 milhões de habitantes.
"Temos razões para acreditar que esta situação se manterá durante algum tempo", disse Rantanen.
De acordo com a ministra, há "centenas, senão milhares, de migrantes" que se encontram atualmente junto à fronteira do lado russo e aguardam a oportunidade de atravessar para a Finlândia.
Helsínquia acusou anteriormente Moscovo de estar a conduzir deliberadamente os migrantes para a fronteira, normalmente muito controlada, com o país nórdico.
A Rússia negou a alegação e lamentou o encerramento da fronteira finlandesa.
Todos os oito pontos de passagem da fronteira entre a Finlândia e a Rússia para pessoas estão encerrados desde 15 de dezembro.
O ponto de controlo ferroviário do sudeste para comboios de carga em Vainikkala permanece aberto.
Em janeiro, o executivo concordou em manter os pontos de passagem fechados até 11 de fevereiro.
O governo do primeiro-ministro Petteri Orpo decidiu inicialmente fechar a fronteira com a Rússia em novembro, invocando preocupações de segurança e a "guerra híbrida" de Moscovo.
Posteriormente, abriu, a título experimental, dois postos de controlo selecionados no leste e no norte da Finlândia, mas o afluxo de migrantes continuou.
A Finlândia é a fronteira externa da União Europeia (UE) no norte e constitui uma parte significativa do flanco nordeste da NATO.
O país nórdico é o membro mais recente da NATO, a que aderiu em abril de 2023, após décadas de não-alinhamento, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.
A Suécia, que pediu a adesão ao mesmo tempo que a Finlândia, aguarda o aval da Hungria para se tornar o 32.º membro da NATO, a sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
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