Uma investigação concluiu que o presidente dos EUA, Joe Biden, "reteve e divulgou deliberadamente materiais confidenciais" quando era um cidadão sem cargos públicos. No relatório do conselho especial é referido que Biden não vai enfrentar acusações criminais.
A investigação começou há mais de um ano, depois de vários documentos secretos terem sido encontrados na casa e no antigo escritório de Joe Biden. De acordo com a BBC, os arquivos foram imediatamente devolvidos às autoridades norte-americanas quando foram descobertos.
“Concluímos que as evidências não estabelecem a culpa ao Sr. Biden, além de qualquer dúvida razoável”, refere o relatório. O Conselheiro Especial do Departamento de Justiça, Robert Hur, indicou ainda que um processo contra Biden "é injustificado com base na consideração dos fatores agravantes e atenuantes".
O relatório, constituído por 345 páginas, foi divulgado hoje e constitui uma avaliação severa da forma como Biden geriu informação governamental sensível sobre assuntos militares e política externa relativa ao Afeganistão e outros assuntos sensíveis de segurança nacional. Os investigadores realizaram 173 interrogatórios a 147 testemunhas, incluindo o presidente dos EUA.
Entre a documentação encontrada pelos investigadores estão materiais sobre o Afeganistão, que provam a sua oposição à decisão do presidente Barcak Obama, de quem Biden era vice-presidente, de enviar mais tropas para o país.
Uma carta escrita à mão que dirigiu a Obama a este propósito é um dos materiais encontrados.
"Estes materiais sustentam a posição de Biden quando os considerou como relacionados com as mais importantes decisões que tomou enquanto vice-presidente", detalhou-se no relatório.
No Departamento de Justiça há precedentes de acusações criminais contra indivíduos por terem partilhado informação classificada com biógrafos ou autores dos seus discursos, como o general David Petraeus, que de resto se declarou culpado em 2015 e foi condenado a pena suspensa.
Os advogados da Casa Branca e o próprio advogado de Joe Biden tiveram a oportunidade de ver e comentar o documento. Biden decidiu não exercer qualquer prerrogativa presidencial Sor qualquer parte do relatório, disse um dos porta-vozes da Presidência, Ian Sams.
[Notícia atualizada às 22h16]
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