De acordo com os dados hoje publicados pela Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, o número de travessias detetadas está em linha com aquele registado no mesmo mês do ano passado, tendo quase todas as rotas migratórias registado uma descida mensal, que variou entre recuos de 71% no Mediterrâneo Central e de 30% nos Balcãs Ocidentais, mas a rota da África Ocidental contrariou a tendência de descida.
Segundo a Frontex, "no período habitualmente calmo de janeiro", o número de chegadas irregulares a território da UE através da rota da África Ocidental superou os 6.600, quase 50% mais do que em dezembro e 10 vezes mais do que há um ano, tendo a região sido responsável por quase metade de todas as passagens irregulares das fronteiras detetadas em janeiro.
A agência explica o aumento apontando que, "nos últimos meses, os grupos criminosos envolvidos no tráfico de seres humanos na Mauritânia aproveitaram rapidamente as oportunidades oferecidas pelo aumento da procura por parte dos migrantes subsarianos que transitam pelo seu país para entrar na União Europeia através das ilhas Canárias", onde chegam em pequenas embarcações de pesca normalmente sobrelotadas.
A Frontex sublinha que tem apoiado Espanha à luz desta tendência, com cerca de 170 agentes e funcionários da agência a prestarem assistência nas Canárias e na região do Mediterrâneo Ocidental.
Em janeiro, a Frontex revelou que o número de travessias irregulares para o território da UE em 2023 foi o maior desde 2016, aproximadamente 380.000, e a rota da África Ocidental registou o maior aumento percentual de passagens irregulares.
A agência revela ainda que, no mês passado, o número de pessoas que tentaram chegar de forma irregular ao Reino Unido através da rota do Canal da Mancha ascendeu a cerca de 3.200, neste caso em linha com o valor observado no mês anterior.
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