Hassan Nasrallah, num discurso transmitido na televisão, acusou os mediadores estrangeiros de procurem aliviar as tensões no sul do Líbano e servirem os interesses de Israel.
"Quando a agressão em Gaza parar e houver um cessar-fogo, os tiroteios também irão parar no sul" do Líbano, disse.
"Se ampliarem o confronto, nós também o faremos", disse o líder do movimento islâmico libanês, em resposta às repetidas ameaças de responsáveis israelitas de iniciar uma guerra contra o Líbano.
Desde o dia seguinte ao sangrento ataque do Hamas em Israel, a 7 de outubro, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, o Hezbollah tem atacado posições militares israelitas na fronteira, como apoio ao movimento islâmico palestiniano, seu aliado.
Israel, por sua vez, tem bombardeado, regularmente, o sul do Líbano e realiza ataques direcionados contra responsáveis ??do Hezbollah.
A violência causou a deslocação de dezenas de milhar de pessoas em ambos os lados da fronteira.
Hassan Nasrallah alertou que, se Israel provocasse uma guerra contra o Líbano, os deslocados do território do norte de Israel "não retornariam" e que as autoridades deveriam, neste caso, trabalhar para "preparar abrigos, hotéis, escolas e tendas para dois milhões de pessoas deslocadas do norte do país". Israel.
O líder do Hezbollah também criticou os sucessivos emissários estrangeiros enviados a Beirute para tentar acalmar as tensões.
"Todas as delegações que vieram ao Líbano nos últimos quatro meses (...) têm um objetivo: proteger Israel", disse o líder do Hezbollah.
O plano francês prevê, segundo fontes diplomáticas, o fim da violência em ambos os lados da fronteira comum e a retirada dos combatentes do Hezbollah dez a doze quilómetros a norte da fronteira.
"Que ninguém pense que o Líbano é fraco, que tem medo e que pode impor-nos condições, a sete ou dez quilómetros de distância", disse o líder do Hezbollah.
Em mais de quatro meses, pelo menos 243 pessoas, incluindo 175 combatentes do Hezbollah e 30 civis, foram mortas no sul do Líbano, segundo uma estatística da agência noticiosa AFP.
Do lado israelita, 15 pessoas foram mortas, segundo o Exército.
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