Burkina Faso, Mali e Níger reúnem-se para criar confederação do Shael

Ministros de Burkina Faso, Mali e Níger, três regimes militares agrupados na Aliança dos Estados do Sahel (AES), reuniram-se hoje em Ouagadougou, capital do primeiro país, com vista à criação de uma confederação.

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©  Lassana Bary/Twitter

Lusa
15/02/2024 17:33 ‧ 15/02/2024 por Lusa

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"Ouagadougou oferece-nos hoje a oportunidade de dar mais um passo no estabelecimento contínuo dos instrumentos, mecanismos e procedimentos da nossa aliança, bem como na arquitetura jurídica da confederação prevista pelos nossos três Estados", afirmou o Ministro da Defesa do Burkina Faso, General Kassoum Coulibaly, segundo a agência de notícias francesa AFP.

"Este mecanismo permitirá que a nossa aliança e a confederação funcionem eficazmente e para grande felicidade das nossas populações", declarou o seu homólogo nigerino, general Salifou Modi.

No início de dezembro, em Bamako, os ministros dos Negócios Estrangeiros do Mali, Burkina Faso e Níger consideraram a possibilidade de criação de uma confederação dos três países.

No domingo, o chefe do regime militar nigerino, general Abdourahamane Tiani, falou da possível criação de uma moeda comum com o Burkina Faso e o Mali, como um "saída" da "colonização".

Esta reunião realiza-se poucas semanas após a anunciada saída imediata destes países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

"Esta retirada oferece-nos uma nova oportunidade de alcançar uma verdadeira fraternidade (...) sem qualquer interferência ou manipulação externa", frisou o ministro da Administração Territorial e Descentralização do Mali, coronel Abdoulaye Maïga, que liderou uma delegação de sete ministros.

Segundo Kassoum Coulibaly, aquela organização regional "afastou-se do seu objetivo principal de servir o povo".

"A nossa decisão de retirada é irreversível", acrescentou. É "irrevogável", considerou Salifou Modi, vice-presidente da junta militar que governa o Níger, antes de denunciar as "sanções" aplicadas pela CEDEAO ao país, em resposta ao golpe de Estado de 26 de julho neste país.

Os três regimes militares continuam a denunciar a dominação da CEDEAO pela França.

Nestes três países, que enfrentam violência terrorista recorrente e mortal, os governos civis foram derrubados por sucessivos golpes militares desde 2020.

Leia Também: Burkina Faso, Mali e Níger "colocam-se nas mãos de mercenários russos"

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