Yulia Navalnaya, mulher do opositor russo Alexei Navalny, garantiu, esta sexta-feira, que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e "todos os que o rodeiam" serão "responsabilizados por tudo o que fizeram" ao país e à sua família.
"Não sei se devo acreditar ou não nestas notícias terríveis que só recebemos de fontes governamentais russas", referiu durante num discurso na Conferência de Segurança de Munique, citada pela Sky News, acrescentando que "há muitos anos que não podemos confiar em Putin e no governo de Putin", porque "estão sempre a mentir".
"Mas se isto for verdade, quero que Putin e todos os que o rodeiam saibam que serão responsabilizados por tudo o que fizeram ao nosso país, à minha família. E esse dia chegará muito em breve", garantiu.
E acrescentou: "Quero apelar à comunidade internacional e a todas as pessoas para que se unam e derrotem este mal".
Segundo a Sky News, o discurso de Yulia Navalnaya foi seguido de aplausos e uma ovação de pé.
Brave beyond words by Navalny's wife, Yulia. She chose to address the Munich Security Conference rather than fly to her children.
— Jason Corcoran (@jason_corcoran) February 16, 2024
● "It's what Alexey would have done," said Yulia, who doesn’t know whether to believe the Putin media. pic.twitter.com/KHSwZv80P9
Na rede social X (antigo Twitter), o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, descreveu o momento como "profundamente tocante".
"Momento profundamente tocante na Conferência de Segurança de Munique, ouvindo Yulia Navalnaya exigindo que Putin seja responsabilizado", assinalou.
Momento profundamente tocante na Conferência de Segurança de Munique, ouvindo Yulia Navalnaya exigindo que Putin seja responsabilizado.
— João Cravinho (@JoaoCravinho) February 16, 2024
Deeply touching moment at the Munich Security Conference, listening to Yulia Navalnaya demanding accountability from Putin. #MSC2024 pic.twitter.com/dR1gtTvuh4
Alexei Navalny morreu hoje, aos 47 anos, numa colónia penal no Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos de prisão, segundo os serviços prisionais da Rússia.
"Em 16 de fevereiro de 2024, no centro penitenciário n.º 3, o prisioneiro Navalny A.A. sentiu-se mal depois de uma caminhada", disse o serviço federal prisional (FSIN) num comunicado citado pela agência russa TASS.
"As causas da morte estão a ser apuradas", acrescentou o FSIN.
Os apoiantes de Navalny ainda não confirmaram a notícia e anunciaram que o advogado do dissidente estava a viajar para a região onde se situa a colónia penal.
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