Amnistia Internacional pede o fim da ocupação dos territórios ocupados

A Amnistia Internacional apelou a Israel o fim da ocupação dos territórios palestinianos "para deixar de alimentar o apartheid", numa altura em que o Tribunal Internacional de Justiça inicia audiências sobre as políticas israelitas.

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Lusa
19/02/2024 10:04 ‧ 19/02/2024 por Lusa

Mundo

Israel

 

"Israel deve pôr termo à sua ocupação brutal da Palestina para deixar de alimentar o apartheid e as violações sistemáticas dos direitos humanos", afirmou a Amnistia Internacional (AI) num comunicado divulgado hoje.

O Tribunal Internacional de Justiça, instância superior das Nações Unidas, em Haia, inicia hoje as audiências públicas para analisar as consequências jurídicas da ocupação israelita dos territórios palestinianos, Gaza e Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, desde 1967.

"A ocupação israelita da Palestina é a ocupação militar mais longa e uma das mais mortíferas do mundo. Durante décadas, caracterizou-se por violações graves, generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos contra a população palestiniana", afirmou a secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnès Callamard.

"A ocupação também permitiu e consolidou o sistema de apartheid (segregação) que Israel impõe a todos os palestinianos. Ao longo do tempo, a ocupação militar de Israel transformou-se numa ocupação perpétua em flagrante violação do direito internacional", acrescentou.

As audiências públicas vão decorrer em Haia a partir de hoje e devem prolongar-se até ao dia 26 de fevereiro, depois de a Assembleia Geral da ONU ter adotado uma resolução para solicitar um parecer consultivo ao tribunal sobre a legalidade das políticas e práticas de Israel nos Territórios Palestinianos Ocupados.

Espera-se que mais de 50 Estados, a União Africana, a Liga Árabe e a Organização de Cooperação Islâmica participem no processo.

A AI referiu-se também à guerra em curso na Faixa de Gaza, que já fez quase 29 mil mortos em quatro meses, tendo o Tribunal Internacional de Justiça determinado há algumas semanas, a pedido da África do Sul, que "existe um risco real e iminente de genocídio".

A Faixa de Gaza, que está sob bloqueio há 16 anos, continua ocupada mesmo após a retirada das forças israelitas e a transferência da população de colonos em 2005, na medida em que Israel manteve o controlo efetivo do território e da população, incluindo o controlo das fronteiras, das águas territoriais, do espaço aéreo e do registo civil, denunciou a Amnistia.

"Todos os Estados devem repensar as relações com Israel para garantir que não contribuem para manter a ocupação e o sistema de apartheid", afirmou Callamard.

 

Leia Também: Pelo menos 90 mortos em Gaza após ataques israelitas durante a noite

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