Navalny. Relatores da ONU pedem investigação sobre morte de opositor

Relatores dos direitos humanos das Nações Unidas pediram hoje ao Governo russo para iniciar uma investigação independente sobre as circunstâncias da morte do opositor russo Alexei Navalny, e a libertação imediata de todos os presos políticos na Rússia.

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Lusa
22/02/2024 12:24 ‧ 22/02/2024 por Lusa

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Mariana Katzarova, a relatora especial para Rússia e que lidera este grupo, denunciou em comunicado que desde a morte do dissidente russo, há seis dias, as autoridades russas detiveram "violenta e arbitrariamente" centenas de cidadãos pacíficos por depositarem flores em honra de Navalny em mais de 39 cidades da Rússia.

"Não posso deixar de perguntar: Quem será o próximo?", sublinhou a relatora, com 25 de experiência em termos de direitos humanos.

Katzarova exortou o Governo russo a libertar de forma "imediata e incondicional" todos os presos políticos no país.

Alexei Navalny, um dos principais opositores de Vladimir Putin, morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.

Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.

Segundo a relatora, a invasão russa da Ucrânia, que no sábado cumpre dois anos, desencadeou em simultâneo "uma guerra contra os russos em casa", com a intensificação da repressão da sociedade civil.

"Já não existe espaço seguro para a ação cívica ou a oposição política dentro da Rússia", sublinhou.

Katzarova assegurou que este agravamento da situação foi fomentado por diversas leis aprovadas na sequência do início do conflito em larga escala, e que entre diversas medidas proíbem as "notícias falsas" sobre a guerra ou "desacreditar as Forças Armadas", considerando-as "infames" e "desprovidas de fundamento no direito internacional".

Também denunciou a ampliação da lista governamental de supostos "agentes estrangeiros", "organizações indesejáveis" ou "extremistas", que implicou o início de processos administrativos e penais, e detenções arbitrárias de russos que se opõem à guerra contra a Ucrânia.

A responsável búlgara assegurou ainda ter recebido informações de desaparecimentos forçados, torturas e maus tratos a civis ucranianos sob custódia das autoridades russas e pediu o início de investigações.

"A invasão da Ucrânia sublinhou a crua relação entre a agressão no exterior e a repressão no interior", afirmou.

Leia Também: Trump "perseguido" como Navalny? "Não sei de onde raio saiu isto"

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