Israel vai discutir "nos próximos dias" uma nova trégua em Gaza no Qatar

O gabinete de guerra israelita aprovou no sábado o envio de uma delegação ao Qatar para prosseguir as discussões dos últimos dias em Paris sobre uma nova trégua em Gaza e a libertação de reféns, segundo fontes oficiais israelitas.

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Lusa
25/02/2024 06:38 ‧ 25/02/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Uma delegação israelita chefiada pelo chefe da Mossad (serviços secretos israelitas), David Barnea, deslocou-se na sexta-feira a Paris para prosseguir os contactos sobre um projeto de trégua discutido no final de janeiro na capital francesa com os seus homólogos norte-americano e egípcio e o primeiro-ministro do Qatar.

"A delegação regressou de Paris, e existe provavelmente matéria para avançar na direção de um acordo", declarou na noite de sábado à cadeia televisiva israelita N12Tzachi Hanegbi, um conselheiro para a segurança nacional do primeiro-ministro israelita (Benjamin Netanyahu).

"A delegação pediu para informar o gabinete de guerra sobre os resultados da cimeira de Paris e é por isso que o gabinete de guerra se vai reunir esta noite [sábado] por telefone", acrescentou a mesma fonte, pouco antes do início da reunião.

Entretanto, os 'media' israelitas indicaram que durante a noite de sábado o gabinete de guerra concluiu o seu encontro e forneceu autorização para o envio, nos próximos dias, de uma delegação ao Qatar para prosseguir estas negociações na perspetiva de um acordo para uma trégua de várias semanas que inclua a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinianos detidos em prisões israelitas.

No final de novembro, uma primeira trégua de uma semana negociada sob a égide do Qatar, e ainda do Egito e Estados Unidos, permitiu a libertação de mais de uma centena de reféns detidos pelo Hamas e de 240 palestinianos presos em Israel.

Milhares de pessoas voltaram a reunir-se em Telavive no sábado na "praça dos reféns" para pedir ao Governo que facilite a libertação das pessoas ainda retidas em Gaza na sequência do ataque do Hamas em 07 de outubro.

O movimento islamita palestiniano solicitou um "cessar-fogo completo" e a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza, pedidos considerados "delirantes" por Netanyahu, cujo Governo parece disposto a conceder uma pausa nos combates mas afirma pretender prosseguir a sua operação militar contra o Hamas.

Após as operações terrestres na cidade de Gaza e em Khan Yunis, Israel prepara-se para uma ofensiva terrestre em Rafah, o último bastião local do Hamas onde de concentram cerca de 1,5 milhões de palestinianos, na sua maioria deslocados pelos combates e os bombardeamentos aéreos no restante enclave.

"Trabalhamos para obter um outro plano para a libertação das nossas pessoas sequestradas, e ainda para concluir a eliminação dos batalhões do Hamas em Rafah", revelou no sábado à noite Benjamin Netanyahu em comunicado.

Após a reunião sobre as negociações de Paris "convocarei o gabinete no início da próxima semana para aprovar os planos operacionais de ação em Rafah, incluindo a retirada da população civil", acrescentou, num momento em que a ONU e outros atores internacionais já advertiram para uma catástrofe humanitária.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.

No ataque de 07 de outubro, cerca de 1.200 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 29 mil pessoas, na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Leia Também: Hamas está a entregar medicamentos aos reféns em Gaza, anuncia Qatar

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