"Nos últimos meses, todos nós fomos sujeitos a mais ataques em termos de informação e de ciberataques e, ao mesmo tempo, verifiquei que praticamente todos os países representados à volta desta mesa puderam dizer [...] que o consenso, a análise coletiva era que, dentro de alguns anos, deveríamos estar preparados para que a Rússia ataque", declarou Emmanuel Macron.
Falando numa reunião de alto nível que o próprio convocou em Paris, e na qual Portugal está representado pelo primeiro-ministro, António Costa, o chefe de Estado francês salientou que "a conclusão coletiva é que, basicamente, a segurança de todos está agora em jogo".
Neste encontro em que participam 21 chefes de Governo ou de Estado e seis outros ministros, para apoio contínuo à Ucrânia quando se assinalam dois anos da invasão russa, Emmanuel Macron defendeu que este debate visa "um quadro de continuidade".
"Em primeiro lugar, a Rússia não pode nem deve ganhar esta guerra na Ucrânia a bem da própria Ucrânia. Em segundo lugar, devemos garantir a nossa segurança coletiva, por isso, [...] ainda mais claramente do que ontem, dados os ataques que estamos a sofrer, é também da nossa segurança que estamos a falar e, em terceiro lugar, todos concordamos que não desejamos entrar em guerra com o povo russo e que estamos determinados a manter a escalada sob controlo, como temos feito com sucesso desde o início do conflito", elencou o responsável.
Apelando a "decisões fortes e um novo impulso", Emmanuel Macron adiantou que esta reunião de alto nível serve para "partilhar todos os elementos que são úteis para caracterizar a situação se vive, e ver, a nível nacional e coletivo, como fazer mais [...] em termos de apoio orçamental, mais em termos de apoio militar, mais em termos da capacidade disponibilizada, e também em termos da prossecução de acordos bilaterais" com a Ucrânia.
Numa mensagem transmitida em vídeo na ocasião, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu a estes líderes internacionais "por todo o apoio".
"Nós, na Ucrânia, valorizamos muito o facto de termos amigos assim. Obrigado a todos os líderes e a todos os Estados que nos têm ajudado durante dois anos desta terrível guerra em grande escala [...] e juntos temos de garantir que Putin [Presidente russo] não destrói as nossas conquistas e não expande a sua agressão a outras nações", concluiu Volodymyr Zelensky.
Dois dias depois de se terem assinalado os dois anos da invasão russa do território ucraniano e numa altura em que a Ucrânia corre risco de ficar sem liquidez no final de março, Emmanuel Macron convocou uma reunião de alto nível para analisar os meios disponíveis para reforçar a cooperação entre os parceiros no apoio à Ucrânia.
Contando com um total de 27 líderes ou representantes de países da União Europeia (UE) e de outros, a ocasião serve para analisar como reforçar a cooperação entre os parceiros que apoiam a Ucrânia.
No sábado, assinalou-se o segundo aniversário da guerra, ocasião na qual vários governos europeus insistiram na necessidade de fornecer equipamento militar e financiamento à Ucrânia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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