Nigerianos iniciam nova greve nacional contra aumento do custo de vida
A Nigéria está hoje a ser palco de protestos e de uma nova greve nacional, que ameaça encerrar serviços essenciais, com a população a manifestar-se contra a subida da inflação e o crescente impacto económico.
© Reuters
Mundo Nigéria
Desde que assumiu o poder no país mais populoso de África, em maio de 2023, o Presidente, Bola Tinubu, adotou políticas que incluem a eliminação dos subsídios aos combustíveis e a unificação das várias taxas de câmbio do país, o que levou a uma desvalorização da moeda nacional, a naira, em relação ao dólar.
O preço dos combustíveis mais do que duplicou e, consequentemente, a inflação disparou, atingindo cerca de 30% no mês passado, o valor mais elevado em quase três décadas, segundo o Instituto Nacional de Estatística local.
"Temos fome. Não há ninguém que não saiba disso", disse o presidente do sindicato Congresso Nigeriano do Trabalho, Joe Ajaero.
Outros disseram que o protesto era a única forma de chamar a atenção do Governo.
"As coisas estão a ficar fora de controlo", disse Christian Omeje, proprietário de uma loja na capital, Abuja. "Os preços continuam a subir, a ajuda que o Governo disse que iria distribuir não foi fornecida", acrescentou.
Esta é apenas a última ação de greve. Em outubro, os sindicatos chegaram a um acordo com o Governo para pôr fim às greves em troca de subsídios mensais e de subsídios para amortecer o impacto das novas políticas. Mesmo assim, a agitação continuou.
Os sindicatos afirmam que o Governo não cumpriu as promessas que incluíam um aumento salarial mensal de cerca de 20 dólares para todos os trabalhadores durante seis meses e pagamentos de cerca de 15 dólares durante três meses a milhões de famílias vulneráveis.
O Presidente nigeriano tem pedido repetidamente à população que seja paciente, afirmando que as suas reformas económicas atrairão investidores estrangeiros e farão a economia voltar a funcionar, mas, entretanto, a taxa de inflação do país não para de subir.
Muitos nigerianos tiveram de renunciar a alimentos que são agora considerados como produtos de luxo, como a carne, os ovos e o leite.
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