Mitch McConnell deixa liderança republicana do Senado dos EUA em novembro
O republicando, que completou 82 anos na semana passada, anunciou a sua saída no Senado.
© Nathan Howard/Getty Images
Mundo EUA
O líder republicado do Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, vai abandonar o cargo em novembro.
A notícia é avançada pelas publicações internacionais, que sublinham que McConnell é o líder que mais tempo esteve ao leme do Partido Republicano, estando ainda à frente da bancada republicana na câmara alta desde 2014.
McConnell, que completou 82 anos na semana passada, vai anunciar a decisão ainda hoje, na sala do Senado, um lugar onde chegou em 1985 e permaneceu desde então, incluindo duas décadas em que liderou a bancada republicana.
"Um dos talentos mais subestimados da vida é saber quando é hora de passar para o próximo capítulo da vida", disse McConnell, num comunicado, em que informa a sua decisão de abandonar o Senado no final do seu mandato.
A decisão pontua uma transição ideológica em curso no Partido Republicano, desde o conservadorismo tradicional de Ronald Reagan e de fortes alianças internacionais, até ao populismo impetuoso e muitas vezes isolacionista do ex-presidente Donald Trump.
"Ao pensar quando deveria dar algumas notícias ao Senado, sempre imaginei um momento em que tivesse total clareza e paz sobre o meu trabalho", referiu o republicando, acrescentando: "Um momento em que estou certo de que ajudei a preservar os ideias em que tão fortemente acreditei. Esse dia chegou hoje".
Segundo o que explicou durante o seu discurso, a decisão foi também tomado na sequência da morte de uma das suas cunhadas, Angela, que morreu este mês num trágico acidente.
"Como muitos de vocês podem saber, esta tem sido uma altura particularmente difícil para a minha família. Quando se perde um ente querido, particularmente cedo, há uma certa introspeção que acompanha o processo de luto. Talvez tenha sido a forma de Deus relembrar a jornada da vida para repriorizar o impacto do mundo que deixamos inevitavelmente para trás", afirmou.
O republicando agradeceu ainda à sua mulher, Elaine Chao, dizendo que esta é "o amor da sua vida" e que está "eternamente grato de a ter ao lado".
Já nos últimos tempos, o senador protagonizou alguns momentos que fizeram questionar as suas habilitações para o cargo. Em agosto passado, McConnell permaneceu cerca de 30 segundos em silêncio, depois quase um mês antes um episódio da mesma natureza ter acontecido em Washington.
Os seus assessores garantiram que o anúncio de McConnell sobre o abandono do cargo de liderança não tem relação com o seu estado de saúde, apesar de ter sofrido um traumatismo craniano devido a uma queda no ano passado.
McConnell apoiou a visão do ex-presidente Ronald Reagan (1981-1989) sobre o papel dos EUA no mundo e, por isso, foi um dos apoiantes da continuidade da ajuda militar e financeira norte-americana à Ucrânia, apesar de o seu partido, alinhado com as posições de Trump, ter revelado resistência a esse plano.
Apesar desta atitude, os críticos de McConnell insistem que ele poderia ter feito mais, incluindo votar para condenar Trump durante o segundo julgamento de destituição do ex-Presidente republicano.
Na altura, McConnell não o fez, argumentando que, porque Trump tinha deixado já a Casa Branca, não poderia estar sujeito a um processo de 'impeachment'.
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