China nega existência de "linha mediana" a dividir Estreito de Taiwan

O ministério da Defesa da China negou hoje a existência de uma "linha mediana" a dividir o Estreito de Taiwan, a fronteira não oficial, mas até agora tacitamente respeitada por Taipé e Pequim nas últimas décadas.

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Lusa
29/02/2024 12:15 ‧ 29/02/2024 por Lusa

Mundo

China

"Só existe uma China no mundo. Taiwan é parte inalienável do território chinês. Não existe a chamada 'linha mediana do Estreito'", disse hoje o porta-voz do ministério, Zhang Xiaogang, em conferência de imprensa.

"Continuaremos a reforçar o treino e a preparação militar e a defender resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial", acrescentou.

As declarações de Zhang surgem num contexto de tensão crescente entre a China e Taiwan, que se intensificou nos últimos meses com o aumento das incursões de aviões militares chineses na zona de defesa aérea da ilha.

Em janeiro passado, o país asiático anunciou a alteração de uma rota aérea civil paralela à linha mediana do Estreito de Taiwan, que fica a meio caminho entre a costa do continente chinês e do território insular.

A Administração da Aviação Civil da China (CAAC) comunicou, na terça-feira, o "cancelamento do desvio" da rota norte-sul M503 e a ativação das rotas de ligação W122 e W123, que vão de oeste para leste, em direção à ilha.

Pequim e Taipé respeitaram durante décadas a linha mediana do estreito como demarcação entre as duas partes, mas, na sequência da visita à ilha em 2022 da então Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, as forças armadas chinesas começaram a ultrapassá-la e continuaram a fazê-lo regularmente durante os seus exercícios militares em torno da ilha desde então.

O ajuste do M503 ocorre após a realização das eleições presidenciais da ilha em 13 de janeiro, nas quais o candidato pró-governo, o vice-presidente William Lai, considerado um "provocador" por Pequim, venceu com 40% dos votos.

Taiwan - para onde o exército nacionalista chinês do Kuomintang se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil chinesa - é governada autonomamente desde 1949, embora Pequim reivindique a soberania da ilha, que considera uma província rebelde para cuja "reunificação" não exclui o recurso à força.

Leia Também: "Regime autoritário" da China "mina" democracia no estrangeiro

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