Transnístria? UE acompanha "muito de perto" situação e confia na Moldova
A diplomacia da União Europeia (UE) disse hoje acompanhar "muito de perto" a situação na Transnístria, uma região separatista russófona do leste da Moldova, indicando confiar que as autoridades moldovas "façam tudo" para gerir as tensões.
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Mundo Transnístria
"A UE está a acompanhar de muito perto o desenrolar da situação na República da Moldova e também no território separatista da Transnístria. Acreditamos que a estabilidade nesta região é, antes de mais, do interesse de todas as populações de ambos os lados do rio e, neste contexto, encorajamos ambas as partes a encetar um diálogo construtivo", disse o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano.
Questionado na conferência de imprensa da instituição, em Bruxelas, sobre as iniciativas das autoridades da região separatista pró-russa da Transnístria, o responsável garantiu que a diplomacia comunitária está em "contacto constante e estreito com o governo e as autoridades da República da Moldova".
"Confiamos que tudo farão para gerir a situação atual", adiantou Peter Stano.
As autoridades da Transnístria aprovaram hoje uma declaração oficial que pede a proteção da Rússia face à Moldova, que adotou recentemente medidas de retaliação económica contra este território.
Na declaração, citada pelas agências noticiosas russas, as autoridades separatistas solicitam a Moscovo que "adote medidas para proteger a Transnístria num contexto de crescente pressão por parte da Moldova".
Os deputados da Transnístria reuniram-se hoje oficialmente para abordar questões económicas, numa altura em que têm surgido alegações sobre um pedido de unificação deste território com a Rússia, exacerbadas pelas tensões com a vizinha Ucrânia.
Este congresso extraordinário dos deputados da Transnístria, o primeiro desde 2006, ocorreu no mesmo dia em que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se deslocou à Albânia para uma reunião com os dirigentes dos Balcãs Ocidentais com o objetivo de pedir apoio para o seu país, confrontado com escassez de munições face a um Exército russo que tem conseguido avançar no terreno.
A Transnístria, uma estreita faixa de terra situada entre a Moldova e a Ucrânia, declarou a secessão após um breve conflito em 1992 contra o Exército moldavo.
A Rússia mantém 1.500 militares no território, segundo os números oficiais, envolvidos numa missão de manutenção da paz.
O congresso reuniu-se pela primeira vez desde 2006, quando os deputados separatistas decidiram organizar um referendo sobre a integração da Transnístria na Rússia.
No decurso desta consulta pública, cujo resultado não foi reconhecido internacionalmente, a população local votou por larga maioria (97,1%) a favor da unificação com a Rússia.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, têm surgido alusões sobre uma eventual expansão do conflito à Transnístria.
Em 2023, as autoridades deste estado autoproclamado acusaram designadamente Kiev de pretender atacá-lo, após terem afirmado que preveniram em março um atentado contra os seus dirigentes.
Na semana passada, o Ministério da Defesa russo assegurou que a Ucrânia preparava uma "provocação armada" contra a Transnístria.
O território, que percorre o rio Dniestr e conta oficialmente com 465.000 habitantes na maioria russófonos, não é reconhecido como estado pelas instâncias internacionais, incluindo por Moscovo.
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