O navio, de propriedade britânica e com o pavilhão do Belize, afundou-se na sexta-feira à noite devido a "fatores meteorológicos e ventos fortes", afirmou a célula de crise que está a tratar do afundamento do navio, num comunicado divulgado pela agência noticiosa oficial do Iémen, Saba.
Segundo a nota, o naufrágio "causará uma catástrofe ambiental nas águas territoriais do Iémen e no mar Vermelho", e as autoridades iemenitas lamentam que a comunidade internacional "não tenha respondido aos apelos do Governo para evitar a catástrofe", depois de o navio ter sido abandonado e semi afundado durante quase duas semanas.
Perante esta ameaça, a célula de crise disse que está a considerar "os próximos passos e a determinar as melhores formas de abordar as repercussões e lidar com o desastre ambiental resultante" do ataque huthi de 19 de fevereiro no golfo de Aden, a porta de entrada para o mar Vermelho.
Desde então, o Governo iemenita tem apelado para todos os países, organizações e à própria ONU para que resolvam rapidamente a crise do Rubymar, que ficou encalhado com uma carga de "grandes quantidades de amoníaco e óleos", para evitar "a fuga destes materiais perigosos para as águas marinhas".
O Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) afirmou na altura que o navio transportava mais de 41 mil toneladas de fertilizantes quando foi atacado, enquanto o Governo iemenita afirmou que a carga era de cerca de 22 mil toneladas de fosfato de amónio altamente tóxico.
De acordo com as autoridades iemenitas, a direção do navio era a Síria e a sua tripulação era composta por 24 pessoas: 11 sírios, seis egípcios, três indianos e quatro filipinos, que foram transportados para o Djibuti.
As águas iemenitas do mar Vermelho estiveram à beira de uma nova catástrofe ambiental após a decomposição do FSO Safer, encalhado ao largo da costa do Iémen desde 1988 e cujas operações de transferência dos mais de 1,14 milhões de barris de petróleo que continha foram concluídas com êxito em meados de agosto de 2023.
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