O Presidente argentino, Javier Milei, anunciou na sexta-feira a decisão de encerrar a agência oficial Télam. Milei argumentou que esta "tem sido utilizada nas últimas décadas como agência de propaganda do 'kirchnerismo'", em referência aos antigos presidentes Néstor Kirchner (2003-2007) e Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015).
"Esta iniciativa, que repete outros tristes exemplos de governos passados, com argumentos falaciosos que apenas encobrem motivações estritamente políticas e económicas, coloca em risco uma emblemática empresa de comunicação fundada há 78 anos - a segunda mais importante em língua castelhana e reconhecida internacionalmente - acrescentando angústia e ansiedade às famílias das suas trabalhadoras e dos seus trabalhadores", defendeu a CGT num comunicado publicado pela agência.
A organização sindical expressou "absoluta rejeição e repúdio" pelo anúncio do dirigente argentino e observou com "alarme e preocupação" que o Governo "continua num caminho de deterioração para o povo argentino".
"Com políticas de Estado que, por um lado, ignoram algumas responsabilidades específicas e, por outro lado, outras que revelam um autoritarismo intervencionista ativo", acrescentou a CGT.
A Intersindical de Comunicação da CGT, da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e da Central de Trabalhadores da Argentina Autónoma (CTAA) também repudiou a "tentativa de encerramento" da agência e afirmou que a decisão "atenta contra a liberdade de expressão, o direito à informação e a pluralidade de vozes", de acordo com um outro comunicado, também divulgado pela Télam.
"Como no Governo de Macri [ex-Presidente entre 2015 e 2019], esta nova tentativa de cercear vozes e de demitir trabalhadoras e trabalhadores da imprensa é uma medida autoritária", condenou a Intersindical, garantindo que vai apoiar "todas as ações para impedir esta medida que tenta silenciar a diversidade de vozes".
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