Agricultores da Polónia organizaram bloqueios em pontos de passagem fronteiriços e em várias estradas em protesto contra o que consideram ser uma concorrência desleal por parte dos ucranianos, que beneficiam de uma flexibilização das regras aduaneiras da União Europeia (UE) devido à invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
"Apesar dos protestos dos camionistas e agricultores polacos, não houve casos de bloqueio da entrega de armas e equipamento militar, ajuda humanitária ou combustível à Ucrânia", disse Shmygal durante uma conferência de imprensa.
Segundo o governante ucraniano, estas entregas ocidentais, essenciais para o esforço de guerra de Kyiv contra a Rússia, "estão a ser encaminhadas para a Ucrânia sem obstáculos".
Nas mesmas declarações, Shmygal salientou mais uma vez que os agricultores ucranianos arriscam as suas vidas para colher os seus produtos, ao mesmo tempo que criticou o facto de a Rússia continuar a exportar a sua produção agrícola para a UE.
"Como é que no meio de uma invasão em grande escala, no contexto de sanções e ameaças da Rússia para a Europa, as suas importações para a UE estão a aumentar?", questionou.
O primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, também pediu hoje "sanções abrangentes" contra produtos agrícolas e alimentares russos e bielorrussos.
O chefe do Governo de Varsóvia assegurou na semana passada que a Polónia - embora seja um dos principais aliados de Kiev na Europa - não descartava o encerramento temporário da sua fronteira ao comércio de mercadorias com a vizinha Ucrânia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou no domingo à noite para "se encontrar uma solução para a situação na fronteira polaca", que "excedeu os limites durante muito tempo".
Leia Também: Ucrânia: Comissão apresenta quadro de adesão já em março