"Junto-me a Kamala Harris no pedido de um cessar-fogo imediato em Gaza. Não pode haver obstáculos à produção de efeito de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas", escreveu Josep Borrell na rede social X (antigo Twitter).
O chefe da diplomacia europeia acrescentou que a vice-presidente dos EUA "disse, e bem, que demasiadas pessoas já foram mortas e exigiu a Israel acesso humanitário desimpedido" à população palestiniana naquele enclave.
"É altura de o Conselho de Segurança das Nações Unidas agir" completou.
No domingo, Kamala Harris pediu um cessar-fogo temporário de seis semanas na Faixa de Gaza.
"Dada a imensa escalada de sofrimento em Gaza, deve haver um cessar-fogo imediato, pelo menos, nas próximas seis semanas, [o plano] que está atualmente sobre a mesa", disse Kamala Harris em Selma, Alabama.
A vice-presidente de Joe Biden afirmou que as imagens provenientes de Gaza são devastadoras.
"Vimos mulheres a dar à luz bebés subnutridos, com poucos ou nenhuns cuidados médicos, e crianças a morrer de desnutrição e desidratação", afirmou.
"O Governo israelita deve fazer mais para aumentar significativamente o fluxo de ajuda. Não há desculpas", observou.
Harris vai reunir-se na segunda-feira na Casa Branca com um membro do Gabinete de Guerra israelita, Benny Gantz, um encontro no qual deverá reiterar a posição dos Estados Unidos de pretender um cessar-fogo temporário para levar mais ajuda humanitária a Gaza e libertar os reféns.
De acordo com os EUA, Israel aceitou "mais ou menos" uma proposta de cessar-fogo de seis semanas em Gaza, enquanto o Hamas ainda não aceitou libertar uma "categoria definida de reféns vulneráveis".
O cessar-fogo de seis semanas permitiria a libertação dos reféns detidos na Faixa de Gaza e o fluxo de ajuda humanitária.
Os Estados Unidos intensificaram a sua entrega de ajuda humanitária este fim de semana, distribuindo aproximadamente 38.000 refeições, através de aviões militares, enquanto a Casa Branca espera que Israel e a Palestina se comprometam com um acordo de cessar-fogo de seis semanas antes do início do Ramadão, em 10 de março.
No ataque de 07 de outubro do movimento islamita Hamas em território junto à Faixa de Gaza foram mortas cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo números oficiais israelitas.
Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o mais recente balanço do Governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas 30.320 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas pelo menos 71.533, também maioritariamente civis.
Cerca de 8.000 corpos permanecem debaixo dos escombros, estimam as autoridades locais.
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