EUA negam visto a deputada do Uganda que apelou à castração homossexual

"Espero que envie uma mensagem firme de que tais indivíduos não têm lugar nas sociedades civilizadas", referiu Nicholas Opiyo, advogado de direitos humanos.

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Notícias ao Minuto
06/03/2024 21:16 ‧ 06/03/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Sarah Achieng Opendi

A embaixada dos Estados Unidos em Kampala, no Uganda, negou o visto à deputada ugandesa Sarah Achieng Opendi - que apelou à castração dos homossexuais durante um debate parlamentar - para participar numa reunião da ONU em Nova Iorque na próxima semana.

Ao que noticia o The Guardian, Opendi mostrou-se em "choque" depois da rejeição do seu pedido para viajar para a 68.ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher.

"Noventa e seis por cento dos deputados votaram a favor do projeto de lei e estou ciente de vários deputados que obtiveram vistos para os EUA, mas apoiaram o projeto", afirmou a deputada ugandesa, que também é presidente da Associação Parlamentar de Mulheres do Uganda.

Em dezembro, os EUA impuseram restrições de vistos a centenas de legisladores do Uganda e às suas famílias devido ao seu envolvimento na legislação, promulgada pelo presidente Yoweri Museveni, que impõe a pena de morte ou prisão perpétua para determinados atos entre pessoas do mesmo sexo e penas de até 20 anos para "recrutamento, promoção e financiamento" de "atividades" entre pessoas do mesmo sexo.

No ano passado, os Estados Unidos e o Reino Unido negaram vistos à presidente parlamentar Anita Among. Os ativistas no Uganda acolheram favoravelmente as ações.

"No processo de discussão da abrangente e repressiva lei anti-homossexualidade, muitos legisladores do Uganda declararam que não se preocupam com as preocupações dos parceiros internacionais, uma vez que não precisam de viajar para as suas jurisdições. É o caso da galinha que volta para o poleiro", referiu Nicholas Opiyo, advogado de direitos humanos.

Segundo Opiyo, "a negação de visto é uma forte declaração contra aqueles que espalham o ódio". "Espero que envie uma mensagem firme de que tais indivíduos não têm lugar nas sociedades civilizadas", acrescentou.

Em África, 33 dos 55 países têm legislação contra as relações entre pessoas do mesmo sexo, grande parte da qual data de regimes coloniais.

O Quénia, a Namíbia, o Níger, a Tanzânia e o Uganda tomaram medidas para reforçar as leis antihomossexuais. Na semana passada, o Gana aprovou uma lei que criminaliza as relações entre pessoas do mesmo sexo. A Namíbia legislou recentemente contra os casamentos entre pessoas do mesmo sexo e o Quénia tem um projeto de lei no parlamento que visa proibir as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Leia Também: Campanha 'online' no Uganda denuncia corrupção no país

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