"A capacidade de liderança consiste no compromisso para com a missão, no exemplo pessoal e na interiorização de que assumir a responsabilidade é a fonte da autoridade", afirmou Yoav Gallant durante a visita a uma escola de oficiais das Forças de Defesa de Israel.
Até agora, Benjamin Netanyahu tem-se recusado a assumir responsabilidades pelo dia em que 1.200 pessoas foram mortas e 240 outras foram raptadas, depois de amplos setores da sociedade terem questionado a demora em agir apesar das informações dos serviços secretos sobre a possibilidade de um ataque.
Yoav Gallant também se dirigiu aos militares para sublinhar que Israel está a atingir os seus objetivos, apesar da natureza "difícil" do empreendimento, com várias frentes abertas, algumas em locais "distantes" e "secretos", relata o 'Times of Israel'.
"Render-se ou morrer, não há terceira opção" para o Hamas, disse o ministro, que condicionou o fim da guerra à derrota do Hamas em Gaza e à libertação dos reféns ainda em cativeiro, que são pouco mais de 130.
E acrescentou: "Esta é uma luta pela nossa casa, pelos nossos valores como nação e pelo nosso direito de existir como sociedade judaica e democrática no nosso país, a nossa pátria, o Estado de Israel".
A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 153.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 30.800 mortos, pelo menos 72.298 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.
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