Num pequeno vídeo divulgado pelo Kremlin (presidência russa), é possível ver Putin a votar no seu gabinete, sentado em frente de um computador.
Putin, que por razões de segurança informática rejeita a utilização da Internet e de telemóvel, já votou à distância em 2021, durante as eleições legislativas, em 2022, para eleger deputados de Moscovo, e, em 2023, durante as eleições para a autarquia da capital russa.
"É uma forma muito cómoda e segura de votar. Recomendo-a a quem quiser e puder utilizá-la", disse o líder do Kremlin em 2022.
Ao mesmo tempo, esta é a primeira vez que os russos podem votar 'online' numas eleições presidenciais, uma ferramenta criticada pela oposição como potencial instrumento de fraude.
Em 2000, 2004, 2012 e 2018, Putin exerceu o seu direito de voto no colégio eleitoral da Academia Russa de Ciências.
A votação eletrónica é o método de votação preferido de 80% dos moscovitas, segundo a Comissão Eleitoral Central.
Até às 15:00 hora de Moscovo (12:00 em Lisboa), no primeiro de três dias das eleições presidenciais, mais de 2,3 milhões de pessoas dos quase oito milhões de eleitores já tinham votado eletronicamente em Moscovo.
A Rússia realiza entre hoje e domingo eleições presidenciais, nas quais é esperada a recondução de Vladimir Putin para um quinto mandato presidencial até 2030, face à ausência de oposição independente, controlo de informação e o espetro da manipulação.
Segundo a Comissão Eleitoral Central, 112,3 milhões de eleitores são chamados a votar na Rússia e também nas regiões ocupadas na Ucrânia e na península ucraniana da Crimeia anexada, a que se somam 1,9 milhões no estrangeiro.
As autoridades ucranianas e os parceiros ocidentais de Kiev denunciam a realização do ato eleitoral nas regiões ucranianas de Kherson, Zaporijia, Lugansk e Donetsk, parcialmente ocupadas no decurso da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, bem como na Crimeia, anexada por Moscovo em 2014, avisando que é ilegal e não será reconhecido.
As eleições são vistas como uma mera formalidade com um vencedor antecipado, tendo sido autorizadas apenas candidaturas classificadas como amigáveis em relação ao Kremlin.
Em 16 de fevereiro, o mais conhecido líder da oposição russa, Alexei Navalny, cuja tentativa de concorrer contra Putin em 2018 foi rejeitada, morreu repentinamente na prisão em circunstâncias pouco claras enquanto cumpria uma pena de 19 anos por acusações de extremismo.
Menos de uma semana depois, o Supremo Tribunal da Rússia rejeitou um recurso do opositor Boris Nadezhdin, que se manifesta abertamente contra a guerra na Ucrânia, após a deliberação da Comissão Eleitoral Central que recusou a sua candidatura por irregularidades processuais.
A própria candidatura de Putin está envolta numa teia de suspeição, após o Presidente russo ter sido acusado de violação da lei, ao avançar com a reforma constitucional para abrir caminho à sua reeleição por mais seis anos.
Em 2018, Putin venceu na primeira volta com 77,7%, deixando a larga distância os outros candidatos, num ato eleitoral que teve uma participação registada de 67,54%, embora observadores e eleitores individuais tenham relatado violações generalizadas, incluindo enchimento de urnas e votações forçadas.
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