Num comunicado, o Ministério do Interior ucraniano disse que duas pessoas morreram e oito ficaram feridas num ataque contra a província de Khmelnitsky, no oeste do país.
Numa mensagem publicada na plataforma Telegram, o gabinete do governador da província disse que o ataque causou danos em "infraestruturas críticas" e que as equipas de socorro ainda estão à procura de mais vítimas sob os escombros de edifícios residenciais.
O Ministério do Interior disse que há também seis feridos em Zaporíjia, no sudeste da Ucrânia, onde três pessoas estão desaparecidas.
A força aérea ucraniana disse que as defesas antiaéreas foram capazes de abater 55 dos 63 aparelhos aéreos não tripulados (drones) explosivos Shahed, fabricados pelo Irão, e 37 dos 88 mísseis lançados pela Rússia.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse no Telegram que o ataque teve como alvo principal centrais elétricas, linhas de transmissão de energia e uma central hidroelétrica.
Zelensky disse que as autoridades estão a tentar restabelecer o fornecimento de eletricidade nas regiões afetadas pelo ataque, incluindo Kharkiv e Sumi (nordeste), Odessa (sul), Poltava e Dnipropetrovsk (centro) e Vinitsia e Ivano Frankivsk (oeste).
O governador da região de Kharkiv, Oleg Syniegoubov, afirmou que cerca de 700 mil habitações ficaram sem eletricidade.
O ministro ucraniano da Energia classificou o bombardeamento desta madrugada como "o maior ataque à indústria energética da Ucrânia nos últimos tempos".
O ataque causou o corte de uma das duas linhas de energia que abastecem a central nuclear em Zaporijia, ocupada por Moscovo, anunciou também German Galushchenko.
"Esta situação é extremamente perigosa e ameaça desencadear uma situação de emergência, porque em caso de corte da última linha de comunicação com a rede elétrica nacional, a central nuclear de Zaporijia estará à beira de um novo apagão", alertou a Energoatom, a operadora da central.
O Presidente ucraniano declarou que a Ucrânia precisa de mais sistemas de defesa aérea para "proteger pessoas, infraestruturas, casas e barragens".
"É importante compreender o custo dos atrasos e das decisões adiadas", acrescentou Zelensky, que na quarta-feira tinha pedido ao Conselho Europeu mais sistemas de defesa aérea.
"Os aliados sabem exatamente o que é necessário. E eles podem dar-nos. Estas soluções são necessárias. A vida deve ser protegida", defendeu Zelensky.
O ataque desta madrugada ocorre um dia depois de a Rússia ter lançado mais de 30 mísseis contra a capital ucraniana, Kyiv, todos abatidos pelas defesas aéreas.
A maior parte da Ucrânia está menos protegida do que a capital e, como tal, mais vulnerável ao arsenal de mísseis russos.
Leia Também: Ucrânia. Enviado chinês não vê "sinais de desanuviamento" mas consenso