Governo talibã junta-se a condenação internacional do ataque em Moscovo

Líderes de vários países, incluindo o executivo interino liderado pelos talibã, condenaram hoje o ataque a uma sala de espetáculos nos arredores de Moscovo, que causou pelo menos 93 mortos e foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

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© Maxim Shemetov/REUTERS

Lusa
23/03/2024 09:15 ‧ 23/03/2024 por Lusa

Mundo

Moscovo

De Cabul, o governo interino liderado pelos talibã juntou-se à condenação internacional ao ataque, afirmando, em comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros que "condena com toda a veemência o recente ataque terrorista a Moscovo, reivindicado pelo EI, e considera-o uma violação flagrante de todas as normas humanas".

Por seu lado, o Governo da Tunísia condenou "nos termos mais veemente" o ataque terrorista e "todas as formas de violência, extremismo e terrorismo", expressando a "sua total solidariedades com a Federação Russa".

Em comunicado, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, condena também o "horror do massacre de civis inocentes em Moscovo" e expressa a sua "total solidariedade às pessoas afetadas e às famílias das vítimas".

O Presidente italiano, Sergio Matterella juntou-se igualmente a esta onda de condenações ao "cruel ataque" ocorrido na noite de sexta-feira, em Moscovo.

"Horror e indignação devem acompanhar a violência contra todas as vítimas civis inocentes. A luta contra todas as formas de terrorismo deve ser um compromisso comum de toda a comunidade internacional", afirmou o chefe de Estado italiano.

Através da rede social X, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, também condenou o que classificou como um ataque "hediondo" e expressou as suas condolências ao povo russo.

O ataque armado, a que se seguiu um enorme incêndio numa sala de concertos nos arredores de Moscovo, resultou na morte de pelo menos 93 pessoas, e várias dezenas de feridos, com pelo menos 115 a terem de receber tratamento hospitalar.

Entretanto, centenas de moscovitas disponibilizaram-se para dar sangue, com um porta-voz do Ministério da Saúde russo, citado pela agência Tass, a revelar que durante a primeira hora de trabalho dos centros de recolha de sangue da região "mais de 600 pessoas deram sangue".

Pelas redes sociais espalharam-se imagens de longas filas junto aos centros médicos instalados pelas autoridades para receber sangue.

O EI, que já atacou a Rússia em várias ocasiões, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que os combatentes do grupo "atacaram uma grande concentração (...) nos arredores da capital russa".

A organização fundamentalista afirmou que o grupo de comandos tinha depois "regressado em segurança à base".

De acordo com o Ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, 115 pessoas estão hospitalizadas, incluindo cinco crianças. Entre os feridos, sessenta adultos e um menor encontram-se em estado grave.

O atentado, que os meios de comunicação social russos começaram a noticiar por volta das 20:15 de Moscovo (17:15 em Lisboa), foi levado a cabo por vários indivíduos armados na Crocus City Hall, numa sala de espetáculos situada em Krasnogorsk, nos arredores da capital russa, informou a AFP.

Jornalistas da uma agência de notícias viram o edifício mergulhado em chamas, nuvens de fumo negro a sair do telhado e uma enorme presença policial e dos serviços de emergência.

De acordo com a televisão russa, o telhado do edifício colapsou parcialmente. Não foi dada qualquer informação sobre o número de pessoas presas no interior da estrutura.

Segundo um jornalista da agência de notícias estatal Ria Novosti, pessoas camufladas invadiram a sala de espetáculos antes de abrirem fogo e lançarem "uma granada ou uma bomba incendiária".

Os serviços de emergência afirmaram que as chamas se espalharam pelos quase 13 mil metros quadrados do edifício, antes de o fogo ser contido.

Leia Também: Kremlin anuncia detenção de 11 pessoas ligadas a atentado em Moscovo

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